quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Cão usado em terapia morre após ingerir veneno na Unicamp, diz dona


Biópsia identificou chumbinho; dona do animal desabafou no Facebook.
Presidente da ONG Medicão conta que Musashi foi voluntário por 1 ano.

Do G1 Campinas e Região
Musashi tinha quatro anos e foi voluntário na ONG Medicão por um ano  (Foto: Reprodução/Facebook)Musashi tinha 4 anos e foi voluntário na ONG Medicão por um ano (Foto: Reprodução/Facebook)
Um cachorro da raça Shiba, de 4 anos, morreu após ingerir chumbinho durante um passeio na Praça da Paz, na Unicamp, em Campinas (SP). O animal era usado em terapias realizadas em hospitais e com pessoas portadoras de deficiência física e mental. A universidade informou, nesta quinta-feira (29), que não foi informada do caso e que não há registro de envenenamento de animais no campus.
O cão morreu na segunda (26) menos de 24 horas após ele ter ingerido o veneno, no domingo (25). Elisa Bastos Silva, dona do cão Musashi, é ex-voluntária da ONG Medicão, em Campinas, que usa os animais como auxílio em tratamentos de saúde.
Em menos de 24h ele tinha 60% do pulmão comprometido, o estômago e esôfago estourados e uma hemorragia interna incontrolável"
Elisa Bastos Silva, dona do cão terapeuta
Segundo o presidente da ONG, Hélio Rovay Júnior, Musashi  trabalhou como cão co-terapeuta em trabalhos voluntários durante um ano.
O animal foi cremado, as cinzas foram enterradas e, para homenagear o cão, os donos plantaram uma árvore no local.
"Alguém deve ter jogado um pedaço de carne ou polvilhado a grama com chumbinho. É muito comum cachorros irem lá para brincar e distrair e ele acabou ingerindo e veio a óbito. (...) Ele fazia o trabalho de cão terapeuta, onde trabalhamos com hospitais, deficientes físicos e mentais", conta Júnior.
Providências
O presidente da ONG afirma que a entidade não pensou em quais atitudes tomar após o ocorrido, mas quis se posiconar quanto ao caso.
"Ainda não foi tomada nenhum tipo de providência ou atitude da nossa parte em relação a isso".
Desabafo
Após a morte de Musashi, Elisa publicou um desabafo na última terça-feira (27) em sua página no Facebook. [Leia abaixo].
Musashi foi cremado e enterrado; donos plantaram árvore no local como homenagem (Foto: Reprodução/Facebook)Musashi foi cremado; donos plantaram árvore no
local (Foto:Reprodução/Facebook)
"Ontem foi embora minha melhor parte, junto com o fofo se foi minha crença no ser humano. (...) Em menos de 24h ele tinha 60% do pulmão comprometido, o estômago e esôfago estourados e uma hemorragia interna incontrolável. Isso foi resultado de uma envenenamento cruel e sem razão, comprovado por biópsia: chumbinho. Como podem existir pessoas assim no mundo? Isso ocorreu na praça da paz, dentro da Unicamp, lugar onde circulam diversos cães e crianças diariamente. Para os que levam seus cães para passear lá, ATENÇÃO, porque perder esses amigos, dói demais, dói fundo".
Auxílio de vigilantes no campus
A Unicamp informou, por nota, que, nesses casos, a comunidade pode solicitar o auxílio da equipe de vigilantes internos que circulam pelo campus.
Sobre o caso de Musashi, a universidade disse que não foi comunicada. Ela ainda conta com o Centro de Monitoramento Animal (Cema), órgão que atua em todas as ocorrências envolvendo animais e pessoas no âmbito do campus.
Além disso, a universidade informou que não há registro histórico de envenenamento de animais no campus.
Elisa lamentou a morte de seu cão de quatro anos em seu Facebook  (Foto: Reprodução/Facebook)Elisa lamentou a morte de seu cão de quatro anos em seu Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)

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