Folha
Dilma Rousseff tende a ser “demonizada” pelo PT caso o impeachment seja aprovado pelo Senado, vaticinam alguns de seus fiéis aliados. A cúpula do partido, que nunca caiu de amores pela presidente afastada, agora se distancia à luz do dia, como no embate sobre a proposta de plebiscito. O abandono crescente faz amigos arriscarem um palpite: ela terá da sigla o mesmo tratamento dado a Luiza Erundina ao deixar a Prefeitura de SP. De tão isolada, teve de se divorciar da legenda.
No encontro com Dilma na semana passada, Renan Calheiros reiterou que não votaria no julgamento do impeachment. Após a briga com petistas, porém, ninguém mais acredita. “Já não contamos com a abstenção dele”, diz um auxiliar.
A ida da presidente afastada ao Senado não terá pompa, mas manterá alguma circunstância. Renan irá recepcioná-la na entrada do Congresso, a chamada chapelaria, e ofereceu seu gabinete para abrigá-la nos intervalos da sessão.
TEM DE BANCAR…– A CUT e os movimentos sociais informaram à direção do PT que, por causa da falta de recursos, será difícil levar militantes para acompanhar da Esplanada a fala de Dilma. Sugeriram que, além de vaquinha entre senadores, Dilma use o que sobrou do “crowdfunding”, que custeou suas viagens aéreas, e agora banque os ônibus que levarão manifestantes a Brasília.
Os movimentos argumentam que, depois de segunda-feira, a petista não terá mais motivos para rodar o país. Por ora, há atos confirmados só Brasília, Natal, SP, RJ e Porto Alegre.
No breve pronunciamento que fará em rede nacional de TV — pouco mais de cinco minutos —, Temer será otimista com o futuro, mas indicará que herdou um Brasil quebrado.
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