Apesar da alta que tem sido registrada no preço final do leite ao
consumidor em todo o país, os valores atuais não cobrem os elevados
custos da produção e tem deixado muitos produtores amargando prejuízos.
De acordo com a Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (ADASB), a
prolongada estiagem aliada aos elevados preços dos insumos tem levado a
perdas na produção leiteira da região.
“O custo de produção tem dobrado, principalmente por causa das pastagens que foram prejudicadas por conta da estiagem prolongada. Além disso, muitos produtores abandonaram a atividade por ser desprivilegiada nos preços”, explica o presidente Elder Fontes. Por conta dos fatores climáticos, reforça ele, muitos produtores perderam dezenas vacas em lactação ou mesmo tiveram que se desfazer para não deixar o rebanho morrer de fome e sede.
“O custo de produção tem dobrado, principalmente por causa das pastagens que foram prejudicadas por conta da estiagem prolongada. Além disso, muitos produtores abandonaram a atividade por ser desprivilegiada nos preços”, explica o presidente Elder Fontes. Por conta dos fatores climáticos, reforça ele, muitos produtores perderam dezenas vacas em lactação ou mesmo tiveram que se desfazer para não deixar o rebanho morrer de fome e sede.
Como resultado, acentuada escassez de leite no mercado, que terminou
forçando a alta no preço do leite ao consumidor. De acordo com boletim
do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA leite
/ESALQ-USP), a oferta de leite foi limitada de forma significativa em
várias regiões do país. A maior queda na captação foi registrada em
Minas Gerais (8,8%), seguido do Paraná (7,66%), São Paulo (7,43%) e
Bahia (6,25%).
Já sobre os preços pagos ao produtor, segundo dados da Scot Consultoria,
considerando a média nacional, o preço atual está 2,0% menor que o
vigente no mesmo período de 2011. “Se considerarmos a inflação, o
produtor está recebendo 9,3% menos por litro de leite”, diz o documento.
Trazendo para a realidade da região Sul da Bahia, produtores de leite
afirmam que existe uma defasagem muito grande entre o preço pago ao
produtor e o preço apresentado ao consumidor.
Para a produtora Sônia Carmem Lôpo, que durante toda sua vida tem
trabalhado com a produção de leite, atividade esta herdada do pai,
existem dois pontos que devem ser levados em consideração: o aumento no
custo da produção e a margem de lucro das indústrias, que não chega ao
produtor. “A alta no preço em nada tem influenciado de forma positiva a
nós produtores, muito pelo contrário, só temos contabilizado prejuízos.
Os laticínios, as indústrias que têm sido os grandes beneficiados”,
desabafa.
Os diretores da ADASB, Pedro Alberto, Beto Dantas e Bruno Veloso
Massimo, que também atuam na produção leiteira, chamam a atenção fazendo
um comparativo dos preços pago ao produtor nos últimos cinco anos. “Em
2011 houve um aquecimento da atividade chegando a ser pago ao produtor
R$ 1,25/litro, mas ao longo dos anos esse preço caiu de forma drástica.
Em 2015 chegou a R$ 0,85/litro, somente agora em 2016 foi retomado para
R$ 1,25, mas mesmo assim não cobre o alto custo da produção. Ainda
estamos no prejuízo”.
VERDINHO DE ITABUNA
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