Depois
das notícias e do vídeo divulgado - em que segurava uma faixa
anti-Temer -, Ela Wiecko, número dois do PGR Rodrigo Janot, renunciou ao
cargo. Já vai tarde (comentei sobre sua atitude e sua formação em post anterior e, no Twitter, disse que ela não surpreende: fez doutorado no curso de Direito da UFSC, centro gramsciano nos anos 90):
Depois
de aparecer em uma manifestação em que integra um grupo de apoiadores
que condena o impeachment da presidente Dilma Rousseff e classifica o
processo como “golpe”, a vice-procuradora-geral da República no Brasil,
Ela Wiecko Volkmer de Castilho, renunciou ao cargo nesta terça-feira.
Número dois do procurador-geral Rodrigo Janot, Wiecko foi filmada em uma
gravação de 28 de junho em que aparece segurando uma faixa onde se lê
“Fora Temer. Contra o golpe!”.
Revelado por VEJA,
o vídeo era uma manifestação para denunciar o suposto “golpe contra a
democracia” e deveria funcionar como uma mobilização internacional
contra a queda da petista Dilma Rousseff. As imagens foram registradas
durante uma viagem a Portugal e na companhias do acadêmico Boaventura de
Sousa Santos, professor da Universidade de Coimbra.
Em
nota, a própria Ela Wiecko anunciou sua saída do cargo. “Ela Wiecko
Volkmer de Castilho pediu dispensa das funções do cargo de
vice-procuradora-geral da República nesta terça-feira, 30 de agosto. O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, aceitou o pedido e assinou
a portaria que será publicada no Diário Oficial da União”. Não há
qualquer menção ao vídeo em que a procuradora, de óculos escuros e
aparentemente constrangida, segura a faixa anti-Temer.
Há
três semanas, o marido dela, Manoel Lauro Volkmer de Castilho, se
envolveu em polêmica similar. Só que por sair em defesa do ex-presidente
Lula. Mesmo trabalhando no gabinete do ministro Teori Zavascki, relator
de investigações do petrolão que têm Lula como um dos suspeitos, Manoel
Lauro Volkmer assinou um manifesto em apoio à decisão do petista de
recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU para denunciar o que
classifica como uma injusta “caçada judicial” contra ele. A polêmica o
levou a pedir exoneração do cargo de assessor de Teori. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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