quinta-feira, 28 de julho de 2016

“Pastoras nunca mais!”, dizem os luteranos da Letônia


 

Luis Dufaur (*)
 


O Sínodo da igreja evangélica luterana da Letônia aprovou, com maioria de 77%, a interdição de nomear mulheres pastoras.
Ela anulou assim a norma de 1975, emanada ainda sob a dominação soviética, segundo informou o quotidiano das igrejas protestantes da Itália. A velha norma foi repelida em proporções massivas. De fato, já não havia condições para uma mulher ser aceita como pastora.
Os luteranos não conseguiam fugir com honradez dos ensinamentos de São Paulo na sua primeira carta a Timóteo:
11. A mulher ouça a instrução em silêncio, com espírito de submissão.
12. Não permito à mulher que ensine nem que se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio.
Os setores mais avançados do luteranismo acusavam estultamente de “machista” a voz do Espírito Santo, expressa através da pena do Apóstolo das Gentes.
Na realidade, os luteranos tinham posto em prática o ensinamento não de Deus, mas daquele que se proclamou mais sábio do que Deus: o heresiarca e pai do protestantismo, Martinho Lutero. Mas fatos são  fatos, e os luteranos da Letônia deram um “basta” às pastoras.
Não faltaram outros protestantes para se revoltar sem congruência contra seus cúmplices na heresia. A Federação Luterana Mundial manifestou “profundo desconcerto pela decisão que ameaça as relações com outros componentes de nossa comunhão e põe em risco as relações ecumênicas com outras confissões”.
Mas se a interpretação da Bíblia é livre, como pregou tumultuosa e fraudulentamente Lutero, não se entende por que esses luteranos se opõem à interpretação dos outros, ainda que seja um disparate.
Na Letônia, cerca da quarta parte dos dois milhões e meio de habitantes é composta por luteranos, e a Igreja evangélica luterana letã integra o Conselho ecumênico das igrejas, sediado em Genebra.
Ali o embaraço atingiu as estrelas diante dessa decisão antiecumênica, num momento em que do Vaticano chegam as mais alarmantes notícias sobre concessões assombrosas aos erros de Lutero.

          ( * ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM
 
 

 
 
 
Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)

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