Em qualquer parte do mundo, Olimpíadas é alegria,
divertimento, vitória, derrota. Mas o grande vencedor é a união dos povos,
porque o esporte agrega, motiva a disputa, restabelece o amor, a fé e a
esperança entre as nações.
No próximo dia 5 de agosto, inicia-se as Olimpíadas
no Brasil. Para os nossos atletas, um momento muito difícil, pois competirão
com superatletas da China, Rússia, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, França, Suécia
e dos Estados Unidos, principalmente. No nosso país, a falta de incentivo e de infraestrutura
adequada mostra o descaso da máquina governamental.
Nas últimas Olimpíadas de Londres e Pequim,
vimos “paisecos” como a Etiópia, Cazaquistão,
Ucrânia, Jamaica, República Tcheca, Irã, Coreia do Norte, Quênia, na frente do
Brasil! Como desatar este
nó?
Certo
mesmo é que a hipocrisia vencerá novamente. O governo - para camuflar o seu
desinteresse pelo esporte e fazer bem o desvio de dinheiro público - orçou o
custo das Olimpíadas em 28 bilhões, mas deve ultrapassar 40 bilhões. Porém fica
o legado, dizem eles. Qual? Igual ao da Copa do Mundo?
O
único legado são os permanentes entraves que impede o Brasil de se desenvolver
como uma nação decente e respeitada. Bom seria que esse evento ajudasse a
iniciar a promoção de mudanças urgentíssimas e indiscutíveis na vida do povo
brasileiro - especialmente na educação,
saúde, segurança, infraestrutura, reformas urbana e rural. Dificilmente isso ocorrerá!
Qual
o preço que o Brasil pagará para sediar megaeventos como este e a Copa do Mundo?
As obras anunciadas previam mobilidade urbana com a modernização e expansão de
metrôs, ampliação de aeroportos, construção de corredores de ônibus... Desdém
persiste! O Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas sinaliza para uma cidade cada
dia mais desigual e perigosa! O que melhorou no Brasil após a Copa do Mundo?!
Certamente que a cidade mais linda do mundo,
Rio de Janeiro, ficará melhor, e tudo funcionar perfeitamente bem,
especialmente, segurança, cidade limpa, ladrões na cadeia, menores
infratores-bandidos-assassinos detidos, mendigos, malandros, ambulantes,
flanelinhas e mães que exploram seus filhos em casa. Enfim, o povo na lua de mel com a paz! Pena que com o fim
das Olimpíadas, tudo voltará - bagunça, desordem, insegurança, assassinatos, roubo,
corrupção, medo.
Anos
atrás, disse que num país como o nosso, democrático, não dava para entender
como uma confederação permite que cartolas se eternizem no poder sem apresentar
propostas inovadoras! E que era incompreensível a falta de áreas esportivas nas
escolas e praças públicas. Desestímulo ao professor de educação física e a
educação física nas escolas.
Como
entender tanta violência nas ruas, com tantos atletas e artistas de rua? Por
que os governos divulgam que o esporte tira crianças das ruas, e temos as
piores crianças de rua! Como entender que muitos dos nossos atletas não
dispõem, sequer, de acesso a locomoção para treinar, não desfrutam de alimentação
adequada, tampouco de equipamentos para se aprimorar?
Entender
um povo que se enche de alegria só porque ganhou uma, duas ou três medalhas de
ouro, fazendo festa como se tivesse ganho a Copa do Mundo, é difícil. E um povo
que ama seu país, mas não é patriota! E que só reverencia a bandeira nacional nas vitórias?
Certamente
que as Olimpíadas na Cidade Maravilhosa será um sucesso, nossos atletas heróis
farão o impossível para vencer. No fim, a festa será de todos, porque o esporte
uni, rompe divisas, integra povos, desenvolve
nações. O esporte é paixão
mundial, é vida!
Sérgio Belleza é administrador,
empresário, consultor e autor dos livros, Caminhado com Walkyria e Ascensão e
Queda de um Império Econômico.
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