Os anos de 2013 e 2014 foram catastróficos para a produção leiteira na Bahia. E os resultados negativos, causados pela seca, são sentidos em todo o Estado, desde o ano passado
por
Adilson Fonseca
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Os anos de 2013 e 2014 foram
catastróficos para a produção leiteira na Bahia. E os resultados
negativos, causados pela seca, são sentidos em todo o Estado, desde o
ano passado. Com as perdas na produção que chegaram a até 80% em algumas
regiões do Estado, durante de 2013 e 2014, o abastecimento de leite na
Bahia ficou comprometido. Segundo informou a Secretaria da Agricultura e
Irrigação da Bahia (Seagri), esses dois anos foram períodos críticos de
seca, com grande impacto no setor produtivo da pecuária de leite e
corte, causando a morte de parte do rebanho leiteiro, notadamente na
região Norte do Estado.
Em de junho, quando divulgou a última Cesta Básica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, constatou que o leite, ao lado do feijão e da manteiga, foram os responsáveis pelo aumento do custo de vida no período. Segundo o Dieese, o valor do leite aumentou em todas as cidades, por causa da entressafra e os altos custos de produção.
A coordenadora Ana Georgina explicou que nos últimos cinco anos, o Dieese vem observando que à cada período de entressafra na produção de leite Bahia, as grandes redes de supermercados restringem as marcas dos produtos, optando por colocar apenas as mais conhecidas. “Não se trata propriamente de uma escassez do produto, mas de uma política de marcado adotada pelas lojas, explicou, afirmando que não vê razão para correrias dos consumidores às lojas. “Acreditamos, que pelo próprio período de entressafra, o abastecimento e os preços possam se normalizar já a partir de setembro”, assegurou.
Conforme o Dieese, as maiores elevações de preço do leite ocorreram nas capitais Florianópolis (26,54%), Porto Alegre (19,05%), Campo Grande (15,95%), Palmas (15,23%) e Curitiba (15,19%). O órgão diz que as indústrias de laticínios disputaram o pouco leite ofertado no mercado, o que elevou ainda mais o preço dos derivados lácteos.
Com um rebanho estimado em 1,5 milhão de vacas leiteiras, de um total de 11 milhões de animais em todo o Estado, a produção no ano passado foi de apenas 190.188,80 milhões de litros de leite, ou apenas pouco mais de 10% das necessidades no Estado. O resultado é a importação do produto e a escassez de leite, que já pode ser sentida nos supermercados.
Cotação
Ontem em Feira de Santana, um dos principais mercados produtores, o litro do leite estava sendo comercializado junto aos produtores a R$ 1,28, valor superior ao que foi praticado no início do ano, quando foi cotado a R$ 1,19 o litro junto ao produtor. O preço em Feira também estava superior à média do preço nacional, cotado a R$ 1,21. A alta, conforme a coordenadora do Dieese na Bahia, Ana Georgina, deverá continuar ainda em agosto, por ser período de entressafra na Bahia e nos demais estados do País, e só deverá apresentar algum nível de queda nos preços e aumento da oferta entre setembro e outubro.
Em Salvador, loja do Supermercado Todo Dia, uma das maiores redes de lojas em Salvador, no bairro de Castelo Branco, no último final de semana havia apenas uma única marca de leite em pó, vendida a R$ 4,13 o pacote de 200 gramas. Em outras lojas da mesma rede, a situação não foi diferente e para o consumidor, além da alta do preço, há a escassez do produto.
Seca teve impacto nas indústrias de processamento
Em nota, a Seagri informou que as bacias leiteiras baianas sofreram a influência de fenômenos climáticos como o El Ñino e La Ñina nesses dois anos e afetou o rebanho bovino nas regiões de Itapetinga, Potiraguá, Maiquinique, Macarani, Ibicuí, Firmino Alves, que são tradicionais e de maior produção leiteira do Estado. As perdas foram estimadas, em aproximadamente 80%, o que fez com que as indústrias sofressem grande impacto na redução do processamento de leite e derivados nessas regiões.
A região de Feira de Santana, a segunda maior em produção leiteira no estado, também registrou perdas superiores a 50% na produção de leite. O Sul da Bahia, a partir de Itabuna, alcançando todo o Extremo Sul, até Divisa de Minas, houve queda de produção de leite estimada em 70%. Nessas duas últimas regiões estão localizadas 70% das indústrias que processam leite e derivados, que foram obrigadas a reduzirem as atividades, o que elevou os preços do leite e derivados.
Desafio
A Seagri explicou ainda, através de nota, que o desafio é elevar a capacidade atual de 1.078 bilhões de litros por ano para 1.650 bilhões de litros de leite processados. O Estado, segundo os últimos dados do IBGFE, tem um rebanho de 15 milhões de reses, das quais aproximadamente 10% (1,5 milhão de cabeças) é de produção leiteira.
A perspectiva é que se faça aporte de recursos R$ 156 milhões para ações voltadas ao setor. O recurso vai garantir apoio técnico e logístico para a regularização da atividade de pequenos fabricos leiteiros, conforme prevê os programas governamentais por meio do plano Estadual da Pecuária de Leite. Entre as principais ações do plano estão a implantação de unidades de beneficiamento de leite, a promoção de mercado institucional e a certificação de laboratórios.
Em de junho, quando divulgou a última Cesta Básica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, constatou que o leite, ao lado do feijão e da manteiga, foram os responsáveis pelo aumento do custo de vida no período. Segundo o Dieese, o valor do leite aumentou em todas as cidades, por causa da entressafra e os altos custos de produção.
A coordenadora Ana Georgina explicou que nos últimos cinco anos, o Dieese vem observando que à cada período de entressafra na produção de leite Bahia, as grandes redes de supermercados restringem as marcas dos produtos, optando por colocar apenas as mais conhecidas. “Não se trata propriamente de uma escassez do produto, mas de uma política de marcado adotada pelas lojas, explicou, afirmando que não vê razão para correrias dos consumidores às lojas. “Acreditamos, que pelo próprio período de entressafra, o abastecimento e os preços possam se normalizar já a partir de setembro”, assegurou.
Conforme o Dieese, as maiores elevações de preço do leite ocorreram nas capitais Florianópolis (26,54%), Porto Alegre (19,05%), Campo Grande (15,95%), Palmas (15,23%) e Curitiba (15,19%). O órgão diz que as indústrias de laticínios disputaram o pouco leite ofertado no mercado, o que elevou ainda mais o preço dos derivados lácteos.
Com um rebanho estimado em 1,5 milhão de vacas leiteiras, de um total de 11 milhões de animais em todo o Estado, a produção no ano passado foi de apenas 190.188,80 milhões de litros de leite, ou apenas pouco mais de 10% das necessidades no Estado. O resultado é a importação do produto e a escassez de leite, que já pode ser sentida nos supermercados.
Cotação
Ontem em Feira de Santana, um dos principais mercados produtores, o litro do leite estava sendo comercializado junto aos produtores a R$ 1,28, valor superior ao que foi praticado no início do ano, quando foi cotado a R$ 1,19 o litro junto ao produtor. O preço em Feira também estava superior à média do preço nacional, cotado a R$ 1,21. A alta, conforme a coordenadora do Dieese na Bahia, Ana Georgina, deverá continuar ainda em agosto, por ser período de entressafra na Bahia e nos demais estados do País, e só deverá apresentar algum nível de queda nos preços e aumento da oferta entre setembro e outubro.
Em Salvador, loja do Supermercado Todo Dia, uma das maiores redes de lojas em Salvador, no bairro de Castelo Branco, no último final de semana havia apenas uma única marca de leite em pó, vendida a R$ 4,13 o pacote de 200 gramas. Em outras lojas da mesma rede, a situação não foi diferente e para o consumidor, além da alta do preço, há a escassez do produto.
Seca teve impacto nas indústrias de processamento
Em nota, a Seagri informou que as bacias leiteiras baianas sofreram a influência de fenômenos climáticos como o El Ñino e La Ñina nesses dois anos e afetou o rebanho bovino nas regiões de Itapetinga, Potiraguá, Maiquinique, Macarani, Ibicuí, Firmino Alves, que são tradicionais e de maior produção leiteira do Estado. As perdas foram estimadas, em aproximadamente 80%, o que fez com que as indústrias sofressem grande impacto na redução do processamento de leite e derivados nessas regiões.
A região de Feira de Santana, a segunda maior em produção leiteira no estado, também registrou perdas superiores a 50% na produção de leite. O Sul da Bahia, a partir de Itabuna, alcançando todo o Extremo Sul, até Divisa de Minas, houve queda de produção de leite estimada em 70%. Nessas duas últimas regiões estão localizadas 70% das indústrias que processam leite e derivados, que foram obrigadas a reduzirem as atividades, o que elevou os preços do leite e derivados.
Desafio
A Seagri explicou ainda, através de nota, que o desafio é elevar a capacidade atual de 1.078 bilhões de litros por ano para 1.650 bilhões de litros de leite processados. O Estado, segundo os últimos dados do IBGFE, tem um rebanho de 15 milhões de reses, das quais aproximadamente 10% (1,5 milhão de cabeças) é de produção leiteira.
A perspectiva é que se faça aporte de recursos R$ 156 milhões para ações voltadas ao setor. O recurso vai garantir apoio técnico e logístico para a regularização da atividade de pequenos fabricos leiteiros, conforme prevê os programas governamentais por meio do plano Estadual da Pecuária de Leite. Entre as principais ações do plano estão a implantação de unidades de beneficiamento de leite, a promoção de mercado institucional e a certificação de laboratórios.
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