A estiagem prolongada que atinge há 10 meses a região de Itapetinga, no
sudoeste da Bahia, tem provocado a morte de milhares de bovinos, gerado
impacto na produção de leite e resultado em demissões. O município é uma
das 149 cidades que estão em situação de emergência por causa da seca
do estado, considerada a pior dos últimos 30 anos. Fazendas da região
viraram verdadeiros ‘cemitérios’ de bovinos. O gado morre devido à falta
de comida, já que, com a estiagem prolongada, o capim não resiste e a
pastagem seca. A situação é tão grave que, de janeiro até junho desse
ano, 30 mil animais morreram na região. Com isso, Itapetinga caiu da
segunda para a quarta posição entre as cidades da Bahia com os maiores
rebanhos de bovino. Os criadores afirmam que, agora, o principal desafio
é salvar os animais que ainda resistem. “A gente dá duro todo os dias,
de sol a sol para alimentar esse rebanho e o rebanho vai só definhando,
morrendo, e a gente não pode fazer nada, a não ser esperar a
misericórdia de Deus”, destaca o pecuarista Aete Cardoso, que diz já ter
perdido 100 cabeças de gado.
Quem vive da pecuária não esconde a preocupado com a situação. “A
diminuição é muito grande do rebanho, além disso cresce o desemprego na
região em função exatamente desta seca. E ainda estamos a quatro ou
cinco meses do período de chuva”, destacou Edson Nunes. A chuva fina que
caiu nos últimos dias na região não foi o suficiente para amenizar a
situação e, além disso, a previsão é de mais estiagem nos próximos três
meses. A produção de leite na cidade também foi afetada. Antônio
Rodrigues, presidente de uma cooperativa de leite da região, afirma que a
captação caiu 60%, o que forçou a demissão de seis funcionários nos
últimos meses. “Se persistir [a estiagem], vamos continuar enxugando [o
quadro de funcionários]. Ou a gente demite, ou teremos que fechar a
fábrica”, destacou. (Itapetinga na Mídia)
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