segunda-feira, 25 de julho de 2016

Avanço do pendrive derruba venda de CD


Curiosa ironia: o próprio avanço da tecnologia virtual está derrubando o comércio presencial de informática em Salvador

por
Alex Ferraz
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Curiosa ironia: o próprio avanço da tecnologia virtual está derrubando o comércio presencial de informática em Salvador. O pen drive liquidou com a as vendas da mídia CD e as lojas virtuais têm dado o golpe de misericórdia que já  fez fechar diversas lojas em um dos principais centros de venda de tais produtos na capital,  a Rua do Salette e adjacência, na Piedade/Barris.
Inúmeras lojas fechadas, num trecho da cidade onde há até pouco tempo havia enorme efervescência, são o sintoma de que nem só a crise econômica tem afetado esse tipo de comércio.  Israel Vale, funcionário da agora semi-deserta loja Mix, na Rua do Salette, diagnostica, em mostrar qualquer dúvida: “Muitas lojas fecharam, outras estão por fechar, e a culpa não é só da crise, mas principalmente da influência do pen drive, das lojas virtuais e mesmo de sites como OLX, além do próprio Facebook, onde é possível comprar, trocar etc.”
Em uma das galerias outrora muito movimentada de prédio na mesma rua, a reportagem da Tribuna constatou um vazio deprimente inclusive em relação a serviço de Xerox, impressões etc., tudo isso motivado pelo fato de que, com as vendas fracas, vai minguando o chamariz de clientes para o local.
 PROMOÇÕES
Antônio Amarante, responsável pela Lojas Amarante, no Salette, reconhece a crise, mas ainda faz uma ressalva:  “A necessidade imediata dos que trabalham com informática é o que nos mantém.  O movimento caiu, as não de forma vertiginosa. Por exemplo, se vendíamos 10 mil mídias (CDs) por dia, hoje vendemos oito mil.”
A loja que ele coordena é grande, mas dá para notar o vazio e, claro, as promoções em busca do cliente, num local que funciona há mais de oito anos. Ele diz que pedidos do interior, aos quais a loja atende em delivery, é o que tem mantido melhor o comércio. Mas quando fala do lucro obtido na venda de CDs para gravação, é de provocar arrepios em quem se queixa, por exemplo, do lucro da cerveja: “O máximo que se lucra com a venda de cada CD são três centavos, por aí.”
Mas ele destaca o fato de a venda de CDs para gravação (ainda) funcionar como chamariz de clientes, “com uma bala ou um chiclete podem chamar fregueses para um bar, por exemplo.” Ele também lembra que os teclados “continuam sendo muito vendidos, e estamos, inclusive, co  uma promoção da R$ 21 cada.”
 Na loja Smart Shop, vizinha de Amarante, a  funcionária Aline Cerqueira é lacônica: “O movimento está fraco, muitas lojas já fecharam as portas, mas os clientes querem coisas cada vez mais baratas. Então, o que resta é a promoção.”

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