quinta-feira, 2 de junho de 2016

Governo muda sistema para acionar térmica e pode aliviar conta de luz


Usinas serão despachadas de acordo com custo da energia nas regiões.
MME não informou previsão de economia com a medida.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu nesta quarta-feira (1º) mudar o critério para acionar usinas termelétricas, aquelas que funcionam por meio da queima de combustíveis como óleo e gás e, por isso, produzem energia mais cara.

A medida deve levar a uma redução no custo para atender à demanda por eletricidade no Brasil e, consequentemente, às contas de luz. O Ministério de Minas e Energia, que preside o CMSE, não informou, porém, uma previsão.

Em nota, o comitê diz que decidiu retomar, a partir desta semana, o uso do sistema conhecido como “ordem de mérito” para determinar quais termelétricas devem ser acionadas. Ele vai valer apenas para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul.

O que muda?
Por meio desse sistema, as usinas desse tipo são ligadas ou desligadas levando em consideração o custo de produção da energia em cada uma dessas regiões. Esse custo normalmente flutua ao longo do ano, dependendo, por exemplo, da situação dos reservatórios das hidrelétricas.

Hoje, é o próprio CMSE quem define um custo, fixo, que serve de referência para o acionamento das termelétricas. Esse valor está atualmente em R$ 150 por megawatt-hora de energia. Assim, todas a térmicas com custo de produção até este teto, devem gerar energia para o sistema brasileiro.

Como o valor de mercado, usado na ordem de mérito, está mais baixo que esse fixado pelo CMSE, a mudança vai levar ao desligamento de várias termelétricas nas três regiões onde ela passa a valer.
 
E, com menos térmicas funcionando, mais energia vinda de hidrelétricas ou usinas eólicas, que têm custo mais baixo, passa a atender aos consumidores. É por isso que as contas de luz podem baixar um pouco com a decisão.

Chuvas ajudam
O sistema de ordem de mérito já foi utilizado no país, mas o governo decidiu alterá-lo durante a crise energética provocada pela falta de chuvas e que trouxe temor de um novo racionamento no país.

A retomada desse critério, portanto, é reflexo  das chuvas, que vieram com mais intensidade durante o último período úmido (que vai de novembro a abril) e contribuíram para elevar o nível de armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas.

Por conta dessa melhora, o governo já vinha anunciando nos últimos meses o desligamento de térmicas, o que levou, em abril, à suspensão da cobrança extra nas contas de luz via bandeiras tarifárias.

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