Carne chega ao mercado 100% monitorada

Metodologia de controle já é aplicada pela rede com pescados

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Adilson Fonsêca

Publicada em TRIBUNA DA BAHIA

Saber de onde vem, como é produzida e como é tratado o alimento que se adquire nos supermercados e feiras livres é o sonho de qualquer consumidor que deseja uma alimentação saudável e de procedência adequada. A medida, que está implícita no Código de Defesa do Consumidor, passa a ser adotada na comercialização da carne bovina in natura, vai ser aplicada rede Walmart, detentora da marca Bompreço, em todo o país até o final do próximo ano.
O anúncio foi feito na última quarta-feira (25), em São Paulo, durante o evento “Plataforma de pecuária mais sustentável”, que reuniu executivos do grupo, integrantes da Organização Não Governamental  (ONG) Greepeace, pecuaristas e quatro dos maiores frigoríficos do país. O objetivo é levar ao consumidor de carne bovina, um produto 100% monitorado não só do ponto de vista sanitário, mas cuja procedência não seja de criadores que utilizam mão-de-obra análoga ao trabalho escravo, que estejam em áreas embargadas pelo Ibama, terras indígenas  e áreas de desmatamento.
A medida começa a ser colocada em prática nas redes da Walmart, terceira maior rede de comercio alimentício no país, com as carnes procedentes da Região Amazônica, que só serão comercializadas se forem oriundas de fazendas que não tenham quaisquer compromissos ambientais. Para tanto, uma rede de satélites permitirá analisar cada fazenda que fornece carne bovina para os frigoríficos que abastecem a rede Walmart. O programa de monitoramento abrange mais de 75 mil fazendas que fornecem gado para mais de 30 plantas frigoríficas da JBS, Marfrig, Boiforte e Masterboi.
Segundo explicou a vice-0presidente comercial e marketing do Walmart, Adriana Muratore , “desde o início do ano monitoramos 100% das fazendas que fornecem carne aos frigoríficos com plantas na Amazônia. Depois dessa experiência bem sucedida, vamos expandir o programa para todo o país”,disse, o que deve acontecer até o final de 2017.
Na Bahia
Começando pela Região Amazônica, o monitoramento da cerne bovina comercializada na terceira maior rede de supermercados no Brasil, deverá se estender aos produtos nas lojas da rede na Bahia ainda este ano. Com mais de 10 milhões de cabeça, a Bahia é o estado com maior criação bovina do Nordeste e o estado é um dos que estão livres da febre aftosa. O monitoramento da carne é feito em parceria da Walmart com a Agro Tools, maior empresa de big data do país e líder mundial no processo de gestão e monitoramento de riscos de ativos biológicos da carne.
O presidente do Grupo Walmart na América Latina, Flávio Cotini destacou a importância do programa por se constituir no engajamento de empresários da cadeia pecuária, mas também do consumidor. “É importante o consumidor saber que tipo de produto está consumindo, a sua origem e se esse consumo não contribui para a destruição do meio ambiente. Por isso estabelecemos os critérios de não comercializarmos a carne que seja de procedências de áreas de desmatamento, de terras indígenas, de áreas embargadas e de fazendas que adotem a prática análoga do trabalho escravo”, disse.
O sistema de Monitoramento e Gestão de Risco integra o programa Plataforma  Brasileira de Pecuária mais Sustentável, da Walmart, que tem como projeto-piloto o trabalho desenvolvido no município de São Felix do Xingu, Estado do Pará. O município é o maior criador de gado do Brasil, com mais de 2,2 milhões de cabeças. Com o nome “Rebanho Xingu”, nas embalagens, a carne mostra o resultado de uma pecuária ecologicamente sustentável, conseqüência direta do reaproveitamento das pastagens degradas sem a necessidade de desmatamentos.
A região de São Felix do Xingu foi escolhida como projeto-modelo por ser uma das fronteiras agrícolas mais ativas no país, onde a concentração da atividade pecuária é a mais intensa e que, até 2008, era a região com mais desmatamento de florestas no Brasil.Com o apoio da ONG The  Nature Conservancy, maior organização de conservação ambiental do mundo, 16 produtores rurais do município foram incorporados ao programa e hoje o município passa a ser referência nacional na pecuária auto sustentável e ecologicamente correta.
Metodologia de controle já é aplicada pela rede com pescados
Presente no Brasil desde 1995, o Walmart opera com 585 unidades empregando mais de 70 mil funcionários em 18 estados brasileiros. São nove marcas incorporadas ao grupo -  Walmart, Hiper Bompreço, BIG, Bompreço, Nacional, Mercadorias, Maxi, Sam‘s  e TodoDia. No ano passado o grupo faturou R$ 29,3 bilhões.
O monitoramento  da carne bovina feito pela rede Walmart, que foi implantado para os produtos oriundos da Região Amazônica e que será estendido à carne  comercializada oriunda das demais regiões do Brasil, já é feito com o pescado vendido nas lojas da rede. Atualmente 80% do produto são rastreados, reslultado de um programa iniciado há 18 meses.
O objetivo do programa, á semelhança do que está sendo feito com a carne bovina, é comercializar somente pescados de origem mais sustentável, contribuindo, assim para a preservação da biodiversidade aquática e marinha. Segundo explicou o diretor comercial do Grupo  Walmart  no Brasil, Carlos Dante Proveti, o compromisso de fornecer produtos - pescados e frutos do mar -  oriundos de formas de manejo sustentáveis, que promovam a inclusão social e o desenvolvimento das comunidades.
Ainda segundo Tatiana Trevisan, gerente de Sustentabilidade do Walmart no Brasil,  a rede tem hoje o controle diagnóstico de risco ambiental das 21 espécies de peixes congelados mais vendidas em suas lojas por todo o país, que representam 80% de tudo o que é comercializado nas áreas de pescados e frutos do mar das lojas. “Após diagnóstico, desenhamos o plano de ação para cada espécie e seus respectivos fornecedores”, disse.
Além do programa “Plataforma de Pecuária Sustentável”, o Grupo Walmart desenvolve programas de sustentabilidade ambientais , como o “Clube dos Produtores” voltado para a agricultura familiar; Sustentabilidade de Ponta a Ponta”, voltado para embalagens ecologicamente corretas, e o Programa de Monitoramento de Pescados, voltado para a preservação da biodiversidades aquática e marinha .