Por Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews) | Fotos: Reprodução
O MBL (Movimento Brasil Livre), entidade civil criada em 2014 para
combater a corrupção e lutar pelo impeachment da presidente Dilma
Rousseff (PT), recebeu apoio financeiro, como impressão de panfletos e
uso de carros de som, de partidos políticos como o PMDB e o
Solidariedade.
O movimento negociou também com a Juventude do PSDB ajuda financeira a
suas caravanas, como pagamento de lanches e aluguel de ônibus, e teria
tido apoio da "máquina partidária" do DEM.
Quando fundado, o movimento se definia como apartidário e sem ligações
financeiras com siglas políticas. Em suas páginas em redes sociais,
fazia campanhas permanentes para receber ajuda financeira das pessoas,
sem ligação com partidos.
Os coordenadores do movimento, porém, negociaram e pediram ajuda a
partidos pelo menos a partir deste ano. Atualmente, o MBL continua com
as campanhas de arrecadação nos seus canais de comunicação, mas se
define como "suprapartidário". Aliás, a contribuição financeira
concedida é vinculada ao grau de participação do doador com o movimento.
A partir de R$ 30, o novo integrante pode ter direito a votos.
Já os partidos políticos que teriam contribuído com o MBL têm versões
distintas para explicar o caráter e a forma desses apoios, chegando em
alguns casos a negá-los.
Conheça cada caso.
O PMDB teria custeado a impressão de panfletos para o MBL divulgar as
manifestações pró-impeachment ocorridas pelo país no último dia 13 de
março. O presidente da Juventude do PMDB, Bruno Júlio, informou que
solicitou ao presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco,
que custeasse 20 mil panfletos de divulgação dos atos, com a inscrição
"Esse impeachment é meu". A assessoria de Moreira Franco nega.
O dirigente da JPMDB afirma que o material foi pago pelo partido e
entregue ao MBL, que distribuiu para suas sedes regionais e espalhou por
todo o país. "O MBL auxiliou na logística, distribuindo os panfletos e
colando cartazes, mas a Fundação Ulysses Guimarães pagou porque se
tratava de uma campanha nossa, da Juventude do PMDB, que nós
encampamos", explica.
O lema "Esse impeachment é meu", no entanto, pertence ao MBL, que
estampou a frase em camisetas, faixas e cartazes, além de tê-lo
utilizado em discursos e vídeos gravados por suas lideranças.
Procurada, a assessoria do atual secretário-executivo do PPI (Programa
de Parcerias e Investimentos) do governo interino, Moreira Franco,
disse, no primeiro momento, que o ex-ministro da Aviação Civil do
governo Dilma não se recordava se teria pago ou não pela impressão.
Posteriormente, negou que o pagamento tenha ocorrido e afirmou que nem
Moreira Franco nem o PMDB jamais trabalharam em parceria com o MBL.
Questionado sobre o apoio, o MBL não confirmou o custeio dos
panfletos, disse apenas que o PMDB fazia parte da comissão
pró-impeachment.
Solidariedade e DEM
Em uma gravação de fevereiro de 2016, Renan Antônio Ferreira dos
Santos, um dos três coordenadores nacionais do MBL, diz em mensagem a
um colega do MBL que tinha fechado com partidos políticos para divulgar
os protestos do dia 13 de março usando as "máquinas deles também".
Renan diz ainda que o MBL seria o único grupo que realmente estava
"fazendo a diferença" na luta em favor do impeachment de Dilma
Rousseff.
Em nota, Renan Santos confirmou a autenticidade do áudio e informou
que o comitê do impeachment contava com lideranças de vários partidos,
entre eles, DEM, PSDB, SD e PMDB.
"As manifestações não são do MBL. 13 de Março pertence a todos os
brasileiros, e nada mais natural que os partidos de oposição fossem
convidados a usar suas redes de divulgação e militância para divulgar a
data. Não houve nenhuma ajuda direcionada ao MBL. Pedimos apenas que
divulgassem com toda energia possível. Creio que todos o fizeram,"
informa nota do MBL.
A assessoria de imprensa do Solidariedade confirmou a parceria em
nota: "O apoio do Solidariedade ao MBL foi com a convocação da
militância para as manifestações do impeachment, carro de som nos
eventos e divulgação dos atos em nossas redes."
Já o DEM informou que atuou em conjunto com o MBL, mas negou qualquer
tipo de ajuda financeira ou apoio material ao movimento. "O Democratas
se uniu aos movimentos de rua em favor do impeachment. Não houve nenhum
tipo de apoio financeiro, apenas uma união de forças com os movimentos
de rua, dentre eles o MBL", disse o partido.
Fonte: Uol
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