A selvageria continua: bandidos fazem ofensiva para difamar vítima de estupro coletivo
Atacada e violentada por 33 homens
no Morro da Barão, na Praça Seca, em Jacarepaguá, a adolescente C.B. de
16 anos, sofre com nova selvageria: no esforço de difamá-la, bandidos
passaram a espalhar nas redes sociais áudios e fotos que sugerem seu
envolvimento com traficantes. Parte do material, tentativa grotesca de
atribuir à própria vítima a culpa pelo crime que chocou o país, já está
nas mãos da polícia. Numa gravação, um homem sai em defesa do bando de
estupradores: "Sacanearam nada, mané. Ela que quis dar pra 'tropa'. Tá
maluco?! Senão o 'Da Rússia' já ia bater neurose, filho". Da Rússia é
Sergio Luiz da Silva Junior, gerente geral do Morro da Barão, que tem
mandados de prisão por tráfico, e braço-direito de Luiz Cláudio Machado,
o Marreta, preso no Paraguai em 2014 e que cumpre pena em presídio
federal. O 'trem bala do Marreta', aliás, foi citado por um dos
criminosos, no momento em que filmavam C. B. inconsciente, no dia
seguinte ao estupro. Tudo isso também deverá ser investigado pela
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Advogado de defesa - Nesta sexta-feira, Eduardo
Antunes, advogado do jogador Lucas Perdomo, que seria o namorado da
adolescente estuprada por 33 homens, disse que a versão dada por C.B.,
de 16 anos, é fantasiosa. Segundo ele, Lucas sequer teve relações
sexuais com a jovem, mas, sim, com outra menina. Os três e um outro
rapaz, Raí de Souza, teriam ido para uma casa abandonada no Morro da
Barão e, lá, fizeram sexo consensual.
Antunes não conseguiu explicar algumas questões importantes que
desmentem a versão apresentada por seu cliente. Em primeiro lugar, no
vídeo divulgado é possível ouvir as vozes de dois homens. Além disso, um
terceiro rapaz, Raphael Assis Belo (que já foi reconhecido pela
adolescente), aparece fazendo uma selfie com C.B. desacordada.
Outra tese sustentada pelos advogados de defesa é de que a versão de
que 30 homens praticaram sexo com ela também foi inventada. "Isso eles
falaram por causa de um funk que é cantado no baile da favela, de que um
homem engravidou mais de 30 mulheres." (Leslie Leitão, do Rio de Janeiro)
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