sexta-feira, 29 de abril de 2016

Macri enfrenta primeira grande manifestação de sindicalistas na Argentina

Demissões de funcionários públicos e aumento de tarifas levam milhares às ruas em Buenos Aires


O presidente argentino Mauricio Macri enfrenta nesta sexta-feira (29) o primeiro grande protesto das centrais sindicais, fortes historicamente no país, contra sua agenda de políticas econômicas. A manifestação, que contou ainda com a adesão de partidos de oposição e organizações sociais, paralisa o centro de Buenos Aires.
Entre as principais críticas ao governo, estão a demissão de cerca de 11.000 funcionários públicos pelo executivo desde a posse de Macri, em dezembro do ano passado. Os sindicatos também protestam contra os recentes aumentos nas tarifas de transporte, eletricidade, gás, entre outras, em um país que registra taxa de inflação em torno de 35%.
De acordo com o jornal 'El País', há ainda um objetivo estritamente político na manifestação: "Eles (centrais sindicais e oposição) querem lembrar a Macri que governar a Argentina não é nada fácil, e eles estão ali como contrapoder".
“Em quatro meses, Macri negociou o fim da moratória da dívida com os fundos abutres, acabou com os controles cambiais e reduziu os impostos aos exportadores de produtos agrícolas e às empresas de mineração”, disse Pablo Moyano, do Sindicato dos Caminhoneiros. “Agora é hora de o presidente fazer algo pelos trabalhadores, que enfrentam uma inflação de dois dígitos mensais, o aumento de tarifas do setor público e demissões em massa”, completou.
Os manifestantes também apoiam um projeto de lei contra as demissões. Já aprovado pelo Senado, ele ainda precisa ser votado pela Câmara dos Deputados, onde conta com a simpatia de muitos parlamentares, mas Macri, que é contrário à proposta, pode vetá-la posteriormente.

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