– A ainda presidente chama denúncia de ridícula, enxovalha instituições brasileiras e exalta ditadura cubana
Enquanto seus ministros tentavam defendê-la no Senado, a antiga militante da VAR-Palmares voltava a dar as caras
Dilma
Rousseff está saindo pior do que a encomenda. Vendo-se na iminência de
deixar o poder, passa por um período de recrudescimento ideológico.
Convicções democráticas mal sedimentadas começam a se rarefazer, e o
fundo pantanoso da socialista e da ex-terrorista começam a se vivificar.
Sim, ela sabe que não há mais o que fazer por seu mandato. Então
afronta as instituições e o bom senso. E isso não exclui nem mesmo meter
a mão no caixa. Vamos ver
A presidente
voltou a atacar o processo de impeachment nesta sexta. Enquanto Nelson
Barbosa (Planejamento), Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Cardozo
(AGU) tentavam defendê-la na Comissão Especial do Impeachment do Senado,
ela chamava de “ridícula” — nada menos! — a denúncia elaborada pelos
juristas Miguel Reale Junior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal.
Pela enésima
vez, afirmou que seu eventual impedimento é uma tentativa de chegada ao
poder de um grupo que não teve votos suficientes. E chamou o processo
de “eleição indireta transvestida de impeachment”.
E fez essa
discurseira em que situação? Numa cerimônia de prorrogação do programa
Mais Médicos. Ela assinou nesta sexta-feira uma Medida Provisória
aumentando em três anos o prazo de permanência de médicos estrangeiros
no Brasil, mesmo sem a revalidação do diploma. A decisão garante a
permanência de cerca de sete mil profissionais, que teriam de deixar o
programa neste ano.
Até aí, vá
lá. A cereja do bolo foi outra. Na cerimônia em que demonizava as
instituições democráticas do Brasil, Dilma se mostrou grata à ditadura
cubana por, segundo disse, “ajudar o Brasil”. Como vem se tornando
padrão nos últimos eventos dentro do Palácio do Planalto, a plateia,
formada por participantes do programa, entoou por diversas vezes gritos
contra o impeachment, como “Não vai ter golpe” e “Fora, Cunha”.
No seu
discurso ensandecido, Dilma disse que não cometeu crime nenhum e que
apenas garantiu a continuidade de “programas sociais e de incentivo à
indústria e à agricultura”. Bem, qualquer governante poderia, então,
fazer a mesma coisa, certo?
E ela não
vai parar por aí. Já está decidido que participa do ato de Primeiro da
Maio da CUT, em São Paulo. Se não mudar de ideia, pretende anunciar
reajuste no Bolsa Família e correção na tabela do Imposto de Renda. Isso
tudo sem consultar o Orçamento.
É a militante da VAR-Palmares no comando.
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