Não! Não pensem que os petistas estão agastados com o impeachment em si. Eles nunca aceitaram nem mesmo perder eleições
Para ficar na máxima de Polônio sobre Hamlet (Shakespeare), isso não é loucura. É método mesmo.
Quando foi
que Lula e seus sequazes acataram a alternância de poder? Ora, a frase
que nega, por excelência, a democracia e a história é aquela que virou
um bordão de Lula, não é mesmo? “Nunca antes na história deste país.”
O “nunca
antes”, de saída, elimina a existência da história. Para Lula, os
eventos se dão sem condicionantes prévias, sem contexto, sem escala
evolutiva, sem nada.
Assim como a deusa da sabedoria, Palas Athena, foi parida abrindo-se a cabeça de Zeus, Lula deu ao Brasil tudo o que há.
A
arrogância do demiurgo é tal que ele julga nos ter dado até um passado.
Ou ele não voltou a dizer a sindicalistas há dias que o PT está no poder
“há só quatro mandatos”, enquanto seus adversários estão por aí há mais
de 500 anos?
Não! Não pensem que os petistas estão agastados com o impeachment em si. Eles nunca aceitaram nem mesmo perder eleições.
O que foi a
campanha escandalosamente mentirosa de 2014? Se Aécio Neves vencesse,
adeus programas sociais! Se Marina ganhasse, não haveria bife no prato
dos brasileiros. Em qualquer dos casos, os juros iriam para a
estratosfera, a inflação dispararia, o desemprego cresceria, e os pobres
seriam punidos. A tudo isso, o PT chamava “retrocesso”.
Retrocesso
só das ditas conquistas sociais? Não! Retrocesso da democracia. Ou por
outra: a vitória do adversário implicava, segundo os valentes, a perda
de direitos sociais e o rebaixamento da cidadania.
O que isso
quer dizer? O óbvio: ódio à democracia. Nós todos sabemos do que são
capazes para vencer eleição. Um deles já vocalizou que, na disputa
eleitoral, feio é perder. A própria presidente Dilma, então candidata,
admitiu que, durante a disputa, “faz-se o diabo”.
O PT apela ao diabo para continuar incrustado no estado. Esse é o fato. Chama agora de golpe o que antes chamava de retrocesso.
Em qualquer dos casos, o que há é ódio à democracia. Puro e simples.
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