quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Vinte bairros da Grande Vitória vão receber mosquito transgênico


Milhões de insetos devem ser liberados até o final deste semestre.
Investimento estimado ao longo de dois anos é de R$ 6 milhões.

Maíra MendonçaDe A Gazeta
Mosquito da dengue transgênico é macho, e se reproduz com fêmeas na natureza, gerando mosquitos que morrem antes da vida adulta (Foto: Eduardo Carvalho/G1)Mosquito da dengue transgênico (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Milhões de mosquitos transgênicos devem ser liberados, até o final do primeiro semestre de 2016, em cerca de 20 bairros da Grande Vitória, que registram os maiores índices de infestação do Aedes aegypti. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), o investimento estimado para a iniciativa ao longo de dois anos é de R$ 6 milhões.
A lista dos bairros a serem contemplados pela nova estratégia de combate consta em um projeto que está sendo elaborado em conjunto pela Sesa e a empresa Oxitec do Brasil, responsável pelo desenvolvimento do mosquito transgênico.
Apesar de não dar o detalhamento das regiões, a gerente de Vigilância em Saúde, Gilsa Rodrigues, afirma que Bairro da Penha, em Vitória; Soteco, em Vila Velha; Nova Carapina I, na Serra; Flexal, em Cariacica; e Nova Bethânia, em Viana, estão entre os locais contemplados.
 
Os mosquitos transgênicos são produzidos em laboratório e modificados geneticamente para produzirem larvas que não se desenvolvem. O macho transgênico, ao cruzar com a fêmea, passa um gene mortal que faz com que os mosquitos gerados morram na fase de larva. No laboratório, os machos são mantidos para proliferação e as fêmeas eliminadas.
Segundo Gilsa, o investimento estimado para a iniciativa ao longo de dois anos é de R$ 6 milhões. Antes de os mosquitos serem soltos, vai haver um trabalho de conscientização para mostrar às pessoas que os insetos não são nocivos à saúde e indicar a não utilização de fumacê e de inseticidas nos locais em que eles forem liberados, a fim de não eliminá-los.
Nesta semana, integrantes da Sesa e da Oxitec vão se reunir para definir detalhes do projeto. “É uma ação importante, mas que deve ser usada junto às demais estratégias de combate ao mosquito”, ressaltou Gilsa.
Em paralelo à liberação do mosquito transgênico, a Sesa também pretende desenvolver um programa de monitoramento para mapear as regiões de maior infestação do Aedes aegypit, bem como os tipos de vírus que nela circulam.
O sistema vai ser desenvolvido pela empresa Ecovec, de Minas Gerais, e pode ser utilizado até o fim deste semestre. Além da Grande Vitória, cidades como São Mateus, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim estão inclusas.
“Os mosquitos serão recolhidos semanalmente por armadilhas para avaliarmos qual vírus eles carregam. Com isso poderemos direcionar o trabalho dos agentes para onde existe maior infestação”, disse Gilsa.

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