sábado, 27 de fevereiro de 2016

Procura por aluguel de imóvel comercial despenca em Salvador


Diante da baixa procura e do volume de imóveis disponível, preços estão caindo

por
Rayllanna Lima
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Reginaldo Ipê
A procura por aluguel de imóvel comercial na capital baiana despencou significativamente, em decorrência da combinação da recessão e da inflação - que está lá nas alturas.

Com o mercado imobiliário em crise, proprietários são obrigados a reduzir o valor cobrado para a locação, a fim de evitar gastos com um imóvel fechado. Ganha quem pretende iniciar um negócio agora, que encontram descontes que chegam a 30%.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA),  Samuel Prado, a saída para o proprietário fazer seu capital de giro é dar descontos. “O empreendedor prefere negociar, baixar o preço, a ter que ficar com o imóvel fechado e tendo despesas. Realmente caiu bastante a procura. As pessoas não estão investindo por não ter como investir nesse segmento”, afirmou.

“Os descontos variam entre 20% a 30%. No mercado imobiliário, em função da crise que estamos vivendo e os juros do mercado, a maior procura é por imóveis para locação com preços baixos. Têm proprietários que estão absorvendo taxas – como o IPTU – para não ficar com os imóveis fechados”, ressaltou a corretora Regina Passos.

Mas, para alguns proprietários de imóveis comerciais, nem mesmo a redução no valor do aluguel está atraindo investidores. A saída é abrir temporariamente mão do lucro, evitando assim o gasto com as taxas.

“Alguns estão fechados sem conseguir alugar, apesar do baixo preço. Tenho conhecimento de pessoas dando incentivo assim: ‘eu tenho minha sala. E dou para você durante três meses. Você só gasta com as taxas, a exemplo da de condomínio e IPTU. Se o negócio der certo, a gente firma o aluguel daí. Você não tem retorno mas também não tem despesas”, revelou Samuel Prado.

O presidente do Creci contou ainda que corretores acabaram fechando seu estabelecimento para evitar gastos. “As pessoas estão desativando seu escritório, seu consultório para não ter custo. Mas, isso é só o momento dessa situação que enfrenta o país. É só questão de tempo”, desejou.

Ganha quem tem um banco de fundos e vai aproveitar a temporada de baixa para investir, como é o caso da dentista Juliana Chagas, 27.

“Eu pretendia reunir uma quantia maior para investimento. Entretanto, estava analisando as possibilidades e achei favorável firmar, agora, um contrato de locação de 36 meses. Estou negociando uma sala na Tancredo Neves. O proprietário ficou oito meses com o imóvel fechado. A hora é agora”, comemorou.

O valor do aluguel, fora as taxas, é medido por m². O escolhido por Juliana tem 36 m² e vai sair por R$ 1.200.

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