O tal de
memorial, construído em terreno público, é falsamente chamado de
Memorial da Democracia, algo pelo qual Lula e seus asseclas jamais
manifestaram respeito. O fato é que o prédio e suas quinquilharias
servem apenas à promoção pessoal do tiranete. Aí tem, outra vez, a mão
suja da Odebrecht:
A
força-tarefa da Operação Lava-Jato investiga se o valor de R$ 12,4
milhões anotado numa planilha apreendida na empreiteira Odebrecht estão
relacionados ao projeto de construção do Memorial da Democracia, em São
Paulo, elaborado pelo Instituto Lula. O prédio seria erguido no bairro
da Luz, num terreno de 4,3 mil metros quadrados cedido pela Prefeitura
de São Paulo por 99 anos. A área foi avaliada em R$ 20 milhões e a
cessão, prevista em lei aprovada em 2012, acabou embargada depois que o
Ministério Público de São Paulo ingressou com ação civil pública na
Justiça contra o Instituto Lula e a Prefeitura de São Paulo.
Na
planilha, o valor de R$ 12 milhões está atrelado à inscrição “Prédio
(IL)”. O documento, segundo a PF, lista pagamentos de vantagens
indevidas pela Odebrecht. A PF relacionou a sigla IL ao Instituto Lula e
afirmou que é preciso investigar se a empreiteira arcou com custos
relacionados à sede do memorial e/ou outras propriedades pertencentes ao
ex-presidente.
A cessão
do terreno foi feita sem licitação. Ao determinar que a construção não
fosse iniciada, o juiz Adriano Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública de
São Paulo, frisou: “Aqui a primeira triste ironia: a instalação de um
memorial da democracia com ofensa a diversos princípios democráticos”. O
juiz afirmou que terreno público não pode ser cedido para uso privado, e
considerou que o fato de o memorial ser destinado a abrigar também
acervo do ex-presidente Lula “só agrava o desrespeito aos princípios
constitucionais da impessoalidade e isonomia, além de ofender a
moralidade pública”.
“PROMOÇÃO PESSOAL DE LULA”
Para o
juiz, existe o enorme risco de o imóvel concedido para instalar o
Memorial da Democracia seja “preponderantemente para a promoção pessoal
do ex-presidente Lula e de seu partido (PT)”. Ele observou que, também
neste fato, há outra ironia: “A presente concessão está relacionada a um
partido que sempre discursou em defesa dos princípios democráticos”.
O
Instituto Lula afirmou que o projeto do memorial é público, mas que
nunca chegou a fazer a obra e que não houve arrecadação para fazê-la. No
lançamento do Memorial da Democracia, em 2012, Paulo Vanucchi,
responsável pelo projeto, afirmou que o prédio seria construído
integralmente com doações da iniciativa privada.
— Pode
ser que mais para frente, depois de uma discussão, lancemos mão da Lei
Rouanet. Mas, para construir o instituto como foi falado inicialmente, a
ideia é buscar recurso junto com empresas privadas, que vão fazer
doação se elas forem convencidas de que é importante construir esse
memorial à democracia — disse Vanucchi na ocasião. O presidente do
Instituto Lula, Paulo Okamoto, estimou o investimento entre R$ 50
milhões e R$ 100 milhões, e a estimativa era que ficasse pronto em três
anos.
Parte do
acervo de Lula foi enviada para o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, que
também é investigado na Lava-Jato. A PF investiga se obras de ampliação
do sítio e reformas foram feitas pelas construtoras Odebrecht e OAS.
Funcionários da empresa Kitchens informaram que um executivo da OAS
pagou pela cozinha planejada do sítio.
Em nota, a
Odebrecht afirmou que “não conhece os termos dos inquéritos que
originaram a 23ª fase da Lava-Jato, sendo portanto impossível neste
momento a sua manifestação sobre esses temas”. “A empresa desconhece os
fatos citados pela reportagem e não possui qualquer relação com os
mesmos.” (O Globo).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário