Região é pobre, mas moradores que não podem entrar na festa se divertem.
Carro policial não inibe ação de cambistas, como flagrou reportagem do G1.
Moradores bebem cerveja em taça de champanhe perto da Sapucaí (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Durante
os quatro dias de carnaval no Rio, as arquibancadas e camarotes da
Marquês de Sapucaí viram alguns dos lugares mais disputados do Brasil.
Isso não quer dizer que moradores e visitantes da área humilde que cerca
o sambódromo do Rio e que não podem entrar na festa não consigam se
divertir, comer e beber bem durante o mesmo período. O G1 percorreu as ruas no entorno da Avenida do Samba e encontrou opções como “frango com Chandon”, comida japonesa e cerveja gelada. Na região, também não é difícil encontrar cambistas agindo livremente.
A conhecida Praça da Laura, na Cidade Nova, virou o point de quem quer fazer um lanche perto do Sambódromo. No local, é possível encontrar cerveja gelada, música ao vivo, frango assado com farofa e até um espaço de lazer para as crianças. A moradora do Morro da Mineira Michele Cristina, de 35 anos, está trabalhando nos camarotes da Sapucaí em 2016 e sempre curte o fim do expediente na praça.
“Aqui é tudo de bom, é ótimo. Saio do trabalho e venho encontrar os meus amigos. Ontem eu ganhei umas taças de Chandon lá no trabalho e trouxe de presente para a gente tomar uma cerveja com os amigos. É o melhor que está tendo”, afirmou.
Irmãs vendem cerveja perto do Sambódromo
(Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Vendo
a movimentação nos arredores de sua casa, Lucinete chamou suas duas
irmãs – Giovana e Lidiane Mesquita – para ganhar um dinheiro. As três
estão vendendo bebidas na Praça da Laura e afirmaram que o melhor preço é
com elas. “O movimento está bom e amanhã vai melhorar com o desfile do
Grupo Especial”, disse Lucinete.(Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Temaki é vendido perto do Sambódromo
(Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Comida Japonesa(Foto: Matheus Rodrigues/G1)
Nascido em Jacarepaguá na Zona Oeste do Rio, mas morando atualmente em Teresópolis, na Região Serrana, Jurandir Cabral, resolveu empreender. Aos 28 anos, ele resolveu fazer um serviço diferenciado para o público que chega à Sapucaí. Cabral já trabalha com delivery de comida japonesa e resolveu testar o serviço no arredores do Sambódromo.
“A gente já trabalha com isso e achou que serai uma boa oportunidade de trazer o serviço para o carnaval do Rio. O nosso diferencial é que trabalhamos com preço justo e boa qualidade. De Teresópolis para o mundo, o céu é o limite”, disse Jurandir.
Território livre para cambistas
Estação de metrô mais perto do Sambódromo do Rio é território livre para cambistas (Foto: Matheus Rodrigues/G1)
O G1 também encontrou cambistas atuando na saída da estação Praça 11, pelo segundo dia consecutivo. Dessa vez, um carro da Polícia Militar estava estacionado a 300 metros, mas nenhum PM se manifestou com a presença dos negociadores. Os cambistas também estavam na região no primeiro dia de desfiles das escolas da Série A e negociavam até em inglês.
Um viaduto foi tomado por pessoas que queriam assistir os desfiles, mas estavam sem ingressos. Quem conseguiu garantir a entrada, chegou cedo para assitir ao espetáculo e pôde até comprar um assento para ter mais conforto. Foi o caso dos moradores da Glória, Alex Cruz e Maria Cristina, que compraram por R$ 5 uma espécie de almofada.
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