quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Terno de Reis luta para sobreviver em Salvador sem apoio do poder público


Fundado no bairro de Brotas, o terno de reis Rosa Menina é o mais antigo de Salvador

Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
O vereador Suíca reivindica mais apoio aos Ternos de Reis
O vereador Suíca reivindica mais apoio aos Ternos de Reis
O terno de reis Rosa Menina, do bairro de Pernambués, em Salvador, é uma das atrações do Dia de Reis, celebrado nesta quarta-feira (6/1) com desfile na Lapinha.
Para o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), a região é um dos polos culturais da capital baiana e revela o entusiasmo dos envolvidos no desfile e nas comemorações deste início de ano. “São centros culturais que expõem ainda mais a população de Salvador como estrutura fundamental da cultura popular da Bahia", disse.
Fundado no bairro de Brotas, o terno de reis Rosa Menina é o mais antigo de Salvador e foi transferido para Pernambués pelo criador Silvano Francisco Nascimento.
Isabel Nascimento, filha de Silvano é a atual vice-presidente do terno. Ela conta as dificuldades em manter a tradição e cobra mais investimentos. “A maior dificuldade é os projetos que, às vezes, não contemplam os ternos e nem as suas necessidades. A gente recebeu uma verba, que foi reduzida e não deu para fazer como a gente gosta. [A produção] dos ternos acaba sendo cara e ainda tem os transportes de meninas que vêm de fora e de outros músicos como o meu irmão Márcio, que mora na cidade de São Roque do Pratigi, e vem para o desfile. Outro irmão, o Francisco, que mora em Valença, também vem tocar, então os gastos são muitos”.
Este ano, o desfile de Rosa Menina teve a parceria com o terno de reis Girassol, do bairro de Massaranduba, onde existe um projeto social com crianças e jovens.
De acordo com o vereador Suíca, é preciso que o poder público contribuía mais para manter a tradição dos ternos de reis. “Esses grupos não podem ficar com a cuia na mão, mendigando ou batendo de porta em porta. É muito triste como o poder público trata a cultura dos ternos de reis. Mas com força e dedicação, em especial dessa família de Seu Silvano, a história não vai morrer e se depender dos moradores de Pernambués continuará sendo essa ferramenta de cultura”, frisa.
História do Rosa Menina
A história do Rosa Menina começa quando Silvano Nascimento fundou o terno no bairro de Brotas, mas ele conheceu dona Luiza casou-se com ela indo morar em Pernambués.
O casal continuou a fazer terno por mais de 50 anos. “O terno foi fundado em 1º de novembro de 1945 pelo meu pai Silvano Francisco do Nascimento. Em novembro de 2015, o terno completou 70 anos de história e é o mais antigo de Salvador”, destaca Isabel. O terno passou para a coordenação de Isabel Nascimento há dois anos quando sua mãe Luiza morreu.

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