domingo, 31 de janeiro de 2016

Saiba quais os cuidados para evitar infecção urinária e outros transtornos durante o Carnaval


Não precisa abrir mão da cerveja, mas não esqueça de beber água; segurar a urina pode favorecer diversas doenças
Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br)
Dificuldade de ir ao banheiro quando se tem vontade; banheiros sujos, contaminados e disputados; pouca ingestão de água; consumo abusivo de bebida alcoólica, que leva a desidratação; vida sexual muito ativa. A situação parece familiar? De fato, o Carnaval se constitui como um cenário ideal para o desenvolvimento das infecções urinárias. 
Para evitar que os dias de folia se transformem em transtorno no decorrer do reinado de Momo ou na Quarta de Cinzas, vale atentar para cuidados muito simples, que não custam caro e só pedem um pouco mais de atenção.
De acordo com o urologista Luís Otávio Amaral, do Hapvida, para combater o impacto da folia na saúde urinária, a saída é aumentar o consumo de água durante os dias da folia e não prender a urina. 
“Os foliões, especialmente as mulheres, tendem a adotar o comportamento muito longe do ideal nesses dias: bebem pouca água e seguram a urina até não suportar mais”, diz o médico, esclarecendo que o xixi muito tempo na bexiga tende a ficar muito concentrado, favorecendo o desenvolvimento de bactérias causadoras das infecções urinárias.
(Gráfico: CORREIO)
“A água, os chás caseiros, a água de coco e os sucos naturais lavam  a bexiga, impedindo que as bactérias permaneçam no organismo, daí a importância de não descuidar da hidratação”, esclarece o urologista, destacando que as bebidas alcoólicas, os refrigerantes e as bebidas industrializadas, além de não cumprirem o mesmo papel de hidratação, ainda provocam outros problemas na saúde, sendo preferível evitá-las. 
MulheresDiretor médico do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana(Ceparh), o ginecologista Jorge Valente destaca que a infecção urinária é mais comum nas mulheres pela própria fisiologia feminina, onde a uretra é mais curta, facilitando a ação das bactérias na bexiga. “Os homens, ao contrário, possuem uma uretra mais longa e, antes mesmo dessas bactérias avançarem no corpo, as defesas já trabalham para expulsá-las”, explica o especialista. 
O urologista Luís Otávio lembra, no entanto, que a cultura de segurar a urina e se desidratar traz ainda um outro problema grave para homens e mulheres: as pedras nos rins. “Os cálculos ou pedras renais causam muitas dores e, nos casos mais severos, se faz necessária intervenção cirúrgica para extração dessas pedras, que não passam de cristalizações das impurezas filtradas pelos rins”, pontua, lembrando que as pedras também podem ser evitadas com o aumento da ingesta de água. 
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Como nesse período não dá muito para escolher banheiros limpos e sem contaminação, a orientação dos médicos reside em usar os protetores de assento, comercializados nas farmácias, os cones para facilitar urinar sem encostar nos vasos. Outra dica é usar os lenços umedecidos para garantir uma limpeza eficiente da região, uma vez que água e sabão não são comuns nos banheiros dos trajetos. “Esses  lenços e os protetores são comercializados em versão de bolso, fato que facilita o transporte para os dias da folia”, diz Valente. 
O ginecologista ressalta ainda que a infecção urinária não é contagiosa e que, aliada a pouca ingesta de água, a contaminação que ocorre com bactérias presentes nas fezes é muito comum. “Ao fazer a higiene, muitas mulheres usam o papel higiênico partindo do ânus em direção à vagina e isso ajuda a trazer as bactérias intestinais para a entrada da vagina, quando o certo é fazer a limpeza no sentido contrário”, ensina o médico.
Sexo Partindo desse princípio, o urologista Luís Otávio Amaral esclarece que não são os parceiros que transmitem a infecção urinária durante o ato.
 “A área genital é naturalmente contaminada, durante o sexo, as bactérias migram, daí a importância de realizar a higiene logo após o ato e não esperar dormir e acordar para tomar um banho”, explica. 
No caso dos homens, o especialista faz questão de destacar a importância de lavar bem o pênis, especialmente a pele que cobre a glande(cabeça). Os médicos são unânimes em afirmar que, embora raro, existem casos de pessoas que terminam se contaminando com o uso dos banheiros químicos, no entanto, eles defendem que, ao sinal do qualquer incômodo, um profissional da área deve ser consultado para realizar o tratamento necessário. 

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