Não precisa abrir mão da cerveja, mas não esqueça de beber água; segurar a urina pode favorecer diversas doenças
Dificuldade de ir ao banheiro quando se
tem vontade; banheiros sujos, contaminados e disputados; pouca ingestão
de água; consumo abusivo de bebida alcoólica, que leva a desidratação;
vida sexual muito ativa. A situação parece familiar? De fato, o Carnaval
se constitui como um cenário ideal para o desenvolvimento das infecções
urinárias.
Para evitar que os dias
de folia se transformem em transtorno no decorrer do reinado de Momo ou
na Quarta de Cinzas, vale atentar para cuidados muito simples, que não
custam caro e só pedem um pouco mais de atenção.
De
acordo com o urologista Luís Otávio Amaral, do Hapvida, para combater o
impacto da folia na saúde urinária, a saída é aumentar o consumo de
água durante os dias da folia e não prender a urina.
“Os
foliões, especialmente as mulheres, tendem a adotar o comportamento
muito longe do ideal nesses dias: bebem pouca água e seguram a urina até
não suportar mais”, diz o médico, esclarecendo que o xixi muito tempo
na bexiga tende a ficar muito concentrado, favorecendo o desenvolvimento
de bactérias causadoras das infecções urinárias.
(Gráfico: CORREIO)
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“A
água, os chás caseiros, a água de coco e os sucos naturais lavam a
bexiga, impedindo que as bactérias permaneçam no organismo, daí a
importância de não descuidar da hidratação”, esclarece o urologista,
destacando que as bebidas alcoólicas, os refrigerantes e as bebidas
industrializadas, além de não cumprirem o mesmo papel de hidratação,
ainda provocam outros problemas na saúde, sendo preferível evitá-las.
MulheresDiretor
médico do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução
Humana(Ceparh), o ginecologista Jorge Valente destaca que a infecção
urinária é mais comum nas mulheres pela própria fisiologia feminina,
onde a uretra é mais curta, facilitando a ação das bactérias na bexiga.
“Os homens, ao contrário, possuem uma uretra mais longa e, antes mesmo
dessas bactérias avançarem no corpo, as defesas já trabalham para
expulsá-las”, explica o especialista.
O
urologista Luís Otávio lembra, no entanto, que a cultura de segurar a
urina e se desidratar traz ainda um outro problema grave para homens e
mulheres: as pedras nos rins. “Os cálculos ou pedras renais causam
muitas dores e, nos casos mais severos, se faz necessária intervenção
cirúrgica para extração dessas pedras, que não passam de cristalizações
das impurezas filtradas pelos rins”, pontua, lembrando que as pedras
também podem ser evitadas com o aumento da ingesta de água.
Como
nesse período não dá muito para escolher banheiros limpos e sem
contaminação, a orientação dos médicos reside em usar os protetores de
assento, comercializados nas farmácias, os cones para facilitar urinar
sem encostar nos vasos. Outra dica é usar os lenços umedecidos para
garantir uma limpeza eficiente da região, uma vez que água e sabão não
são comuns nos banheiros dos trajetos. “Esses lenços e os protetores
são comercializados em versão de bolso, fato que facilita o transporte
para os dias da folia”, diz Valente.
O
ginecologista ressalta ainda que a infecção urinária não é contagiosa e
que, aliada a pouca ingesta de água, a contaminação que ocorre com
bactérias presentes nas fezes é muito comum. “Ao fazer a higiene, muitas
mulheres usam o papel higiênico partindo do ânus em direção à vagina e
isso ajuda a trazer as bactérias intestinais para a entrada da vagina,
quando o certo é fazer a limpeza no sentido contrário”, ensina o médico.
Sexo Partindo
desse princípio, o urologista Luís Otávio Amaral esclarece que não são
os parceiros que transmitem a infecção urinária durante o ato.
“A
área genital é naturalmente contaminada, durante o sexo, as bactérias
migram, daí a importância de realizar a higiene logo após o ato e não
esperar dormir e acordar para tomar um banho”, explica.
No
caso dos homens, o especialista faz questão de destacar a importância
de lavar bem o pênis, especialmente a pele que cobre a glande(cabeça).
Os médicos são unânimes em afirmar que, embora raro, existem casos de
pessoas que terminam se contaminando com o uso dos banheiros químicos,
no entanto, eles defendem que, ao sinal do qualquer incômodo, um
profissional da área deve ser consultado para realizar o tratamento
necessário.
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