Caros amigos
Em 1848, o economista e jornalista
francês, Frédéric Bastiat, escreveu um artigo sob o título “O Estado”,
no qual, em tese e desconsiderando as perdas pela corrupção, já previa,
com 167 anos de antecedência, a bancarrota do sistema
político/econômico adotado pelo Partido dos Trabalhadores em seu
malfadado projeto de poder.
Dizia Bastiat que não se pode conceber que o estado dê ao povo mais do que ele lhe tomou na forma de impostos.
O estado, em qualquer caso, se encontra em um “círculo vicioso”, ou
seja, se ele se recusar a dar ao povo o que prometeu antes de ser
eleito, será acusado de “impotência, de querer mal ao povo, de
incapacidade”, ou, por outra, de incompetência e má fé. Se tentar
realizar suas promessas, ficará condenado a cobrar mais impostos e,
assim, “a fazer mais mal do que bem” e, da mesma forma, a conquistar “a
desaprovação geral”.
Em resumo, segundo Bastiat, coexistem duas
esperanças, as do povo – ganhar mais e pagar menos – e as duas
promessas do governo – muitos benefícios e nenhum imposto. “Esperanças e
promessas que, por serem contraditórias, não se realizam nunca”.
E acrescenta a pergunta: “Não estará aí a causa de todas as nossas revoluções?”
Entre as promessas impossíveis e as
esperanças de vê-las realizadas, o estado vê-se pressionado pelo dilema
hamletiano de ser ou não ser “filantropo”, em outras palavras, aumentar
ou renunciar aos impostos.
As promessas de dar mais e cobrar menos
são, portanto, excludentes e incompatíveis com a realidade. A tentação
de usar o crédito do tesouro, isto é, “devorar o futuro”, passa a ser a
tentação e a forma de conciliá-los: “fazer um pouco de bem no presente às custas de muito mal no futuro”, processo que “evoca o espectro da bancarrota” !
Bastiat conclui que existem dois sistemas políticos e que os dois podem sustentar-se, desde que praticados com honestidade
e que aceitem suas servidões e o truísmo de que o estado não pode dar
mais ao povo do que o valor que lhe tomou na forma de impostos, isto é,
em um deles, “o estado deve fazer muito, mas deve também tirar muito”,
no outro, “a dupla ação do estado deve-se fazer sentir muito pouco”.
E finaliza, dizendo que “o estado não é ou
não deveria ser outra coisa senão a força comum instituída, não para
ser entre todos os cidadãos um instrumento de opressão e de espoliação
recíproca, mas, ao contrário, para garantir a cada um o seu e fazer
reinar a justiça e a segurança”.
É importante que os brasileiros conheçam
esses princípios para que possam entender a lógica do que se passa no
Brasil e que, a partir da experiência desastrosa que nos empobrece e
envergonha, preparem-se para fazer outras opções e, principalmente, para
aceitar as servidões daí decorrentes, sabendo que, na verdade, os estados, sem exceção, devolvem menos do que tiram, assim que, quanto menores, menor será a diferença!
Gen Bda Paulo Chagas
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