Pessoas próximas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam
que a forma como o promotor Cassio Conserino divulgou a possibilidade de
oferecer denúncia contra o petista por supostamente ocultar a
propriedade de um apartamento triplex no Guarujá enfraquece a
investigação do Ministério Público.
"É esquisito um
promotor dar entrevista antes de formalizar o procedimento. Vamos
esperar para ver de que forma ele vai apresentar este procedimento.
Oferecer denúncia qualquer um pode oferecer. A Justiça acatar a denúncia
é outra coisa", disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Segundo
a revista Veja, o promotor decidiu oferecer denúncia contra Lula. Ao
Estado, Conserino disse que as apurações indicam "para a possibilidade"
da denúncia e cita uma "gama de prova testemunhal circunstancial e
documental que apontam para possível crime de lavagem de dinheiro".
Em
nota divulgada anteontem, o Instituto Lula diz que examina ações contra
Conserino e acusa o promotor de cometer uma "violência" contra o
ex-presidente além de "violar a lei" e o estado democrático de direito
ao dizer que ofereceria a denúncia antes mesmo de ouvir as alegações da
defesa, fase obrigatória em um processo judicial.
Conserino
se defendeu dizendo que não antecipou a decisão e está apenas dando
transparência a um caso de alto interesse público. "Informar a sociedade
sobre uma investigação de evidente interesse público, por meio de uma
imprensa livre não me parece violar a lei, especialmente porque não há
sigilo da investigação. Além disso somos promotores de Justiça e
trabalhamos em prol e para a sociedade, que merece tomar ciência de
investigações dessa envergadura", disse o promotor.
As
investigações mostram que a ex-primeira-dama Marisa Letícia visitou o
apartamento em companhia de Léo Pinheiro, da OAS, empresa investigada
pela Operação Lava Jato e que é suspeita de ter bancado benfeitorias no
imóvel.
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