segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Fogo florestal recomeça na região da Chapada Diamantina, na Bahia


Áreas de vegetação ressequida próxima às cidade da região movimentaram brigadistas, bombeiros e aeronaves no combate às chamas

por
Adilson Fonsêca
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A trégua foi curta e os antigos focos de incêndios na Chapada Diamantina e no seu entorno reapareceram na virada do ano e nesse domingo (3) ameaçavam cidades como Ibicoara e Mucugê, no Parque Nacional.

Áreas de vegetação ressequida próxima às cidade da região movimentaram brigadistas, bombeiros e aeronaves no combate às chamas, que também ocorrem em outras áreas do Estado.

Em Iguaí, por exemplo, na região Sudoeste, próximo à Vitória da Conquista, um grande incêndio na vegetação próxima à cidade assustou os moradores na véspera do Ano Novo, tendo sido debelado ontem. A situação também é de alerta, conforme explicou o secretário estadual de meio Ambiente, Eugênio Spengler.

Na última sexta-feira, Dia de Ano Novo, segundo informações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, surgiram focos de incêndios nos arredores das cidades de Ibicoara e Mucugê.

“A área que mais preocupa é Ibicoara porque é onde há uma situação muito insistente do fogo, que no sábado assumiu proporções maiores”, disse o secretário. Quatro aviões e um helicóptero, além de bombeiros e brigadistas voluntários estão envolvidos no combate às chamas na região.

Foram detectados focos de incêndios também nos municípios de Lençóis e Palmeiras. Em áreas do Morro Branco, no Vale do Capão, voltaram a registrar focos de incêndios. Na Serra do Veneno, na região de Lençóis, também foram vistas chamas consumindo a vegetação. Há ainda incêndios registrados em Baixão e Machombongo, município de Ibicoara, e em regiões fora da Chapada Diamantina, nos municípios de Jacobina e Ilhéus. No Sul do Estado.
El Niño
O coordenador de Ações Estratégicas da Defesa Civil do Estado, Paulo Sérgio de Menezes explicou que enquanto persistir o fenômeno do El Niño, que provoca o aumento da estiagem na Região Nordeste, os riscos de surgirem focos de incêndios em várias regiões da Bahia permanecerá.

“Até abril, quando se estima a duração do fenômeno, o alerta será permanente e os perigos também”, disse.
O coordenador alerta para a baixa umidade do ar, os ventos fortes e o clima seco, que aumentam os riscos de novos focos não apena na Chapada e Semiárido, mas em quase todo o estado, por causa da falta de chuvas na região.

“O que nos preocupa é que essa situação vai encontrar um clima ainda mais adverso, com vegetação ressequida e uma estiagem em quase todo o estado que vem sendo prolongada desde 2013”, completou.

Equipes da Secretaria estadual do Meio Ambiente estão elaborando um programa de restauração florestal, educação ambiental e monitoramento de incêndios, em parceria com da BRAL e da Conservation International - CI, com recursos de aproximadamente R$ 3 milhões para restaurar as áreas incendiadas localizadas em áreas de preservação permanente, como nascentes de rios, criar um programa de educação ambiental permanente para a população da região, e um sistema de monitoramento de incêndios que aumente a velocidade de resposta às ocorrências de queimadas através de ações preditivas e preventivas.
Governo já investiu mais de R$ 14 milhões
Os incêndios na Chapada Diamantina se intensifiicaram em outubro do ano passado e de lá para cá, as ações de combate aos incêndios na região da Chapada Diamantina já consumiram mais de R$ 14 milhões investidos pelo Governo do Estado no aluguel de aeronaves e  aquisição de equipamentos. Por meio da Secretaria do Meio Ambiente do Estado e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), as ações foram intensificadas no ano passado com os recursos do Programa Bahia Sem Fogo.

Foram investidos mais de R$ 14 milhões em aluguel de aeronaves, compra de equipamentos de proteção individual e coletiva, veículos tracionados, diárias, alimentação, fiscalização e atividades de educação ambiental para sensibilização das comunidades. Até o momento, o governo já distribuiu para os brigadistas voluntários e bombeiros seis mil itens de equipamentos de proteção individual e coletiva, são botas, luvas, abafadores, bombas costais, cantil, máscaras, enxadas, óculos de proteção, facão, dentre outros.

Atuam na Operação Bahia sem Fogo, 170 bombeiros militares (126 da Bahia e 44 do Distrito Federal), brigadistas voluntários, além de seis aviões e cinco helicópteros contratados pela Sema. Neste período os incêndios já tinham atingido 51 mil hectares da região. “Assim que os incêndios forem totalmente debelados, vamos trabalhar na elaboração de um plano de restauração para acelerar a recuperação da fauna e da flora”, destacou o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler.

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