terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Delcídio usava seu prestígio para manter Cerveró na Petrobras


Em outro depoimento, Baiano diz que deu propina a Delcídio
Deu no Correio Braziliense
O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, afirmou em sua delação premiada que a manutenção do engenheiro Nestor Cerveró na Diretoria Internacional da Petrobras era sustentada pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) – preso na quarta-feira passada sob suspeita de tentar barrar as investigações da Operação Lava Jato.
Fernando Baiano, supostamente ligado ao PMDB, é acusado de ser um dos operadores de propina no esquema de corrupção instalado na estatal petrolífera entre 2004 e 2014. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República, em 9 de setembro deste ano, o lobista citou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como parte das negociações para a indicação de Cerveró ao cargo. Segundo Baiano, ele e o ex-diretor tinham uma “relação de amizade”.
“De acordo com informação repassada ao depoente pelo próprio Nestor Cerveró, ele foi nomeado para a Diretoria Internacional da Petrobras, em 2003, por indicação de Delcídio Amaral. Pelo que o depoente sabe, a indicação e nomeação de Nestor Cerveró foram tratadas com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Na época se dizia que todas as nomeações de diretores da Petrobras passavam pela Casa Civil da Presidência da República”, diz o depoimento.
CERVERÓ CONTOU
O delator declarou que Cerveró ligou para ele e contou sobre a indicação para a diretoria. “Pelo que o depoente sabia, a permanência de Nestor Cerveró no cargo era sustentada por Delcídio Amaral”, disse. Baiano disse ao Ministério Público Federal que “não tomou conhecimento de um repasse periódico” de valores da Diretoria Internacional da Petrobras para o senador.
“O depoente acredita que apenas negócios pontuais levados por Delcídio Amaral para a Diretoria Internacional possivelmente geravam para ele alguma vantagem financeira indevida”, afirmou, sem especificar quais seriam os negócios e os valores. (da Agência Estado)
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGEm outro depoimento, o lobista Fernando Baiano afirmou ter sido autorizado por Cerveró a repassar sua parte de propina pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas, ao senador Delcídio. Segundo Baiano, o petista estaria pressionando Cerveró. Baiano teria repassado cerca de US$ 1,5 milhão a um amigo de Delcídio entre 2006 e 2007. O dinheiro teria sido usado para pagar dívidas de campanha. (C.N.)

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