A tradicional revista britânica “The Economist” escolheu a crise
brasileira como tema de sua primeira capa de 2016. Com o título de
“Queda do Brasil” e uma foto da presidente Dilma Rousseff de cabeça
baixa, a capa alerta para “ano desastroso” à frente. Em vez do clima de
euforia que seria de se esperar no início de 2016 por causa da
realização das Olimpíadas, aponta a revista, o Brasil enfrenta “um
desastre político e econômico”. No texto, a revista cita a perda do grau
de investimento pela agência de classificação de risco Fitch Ratings e a
saída do governo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, menos de um ano
após assumir o cargo. A previsão de que a economia brasileira encolha
até 2,5% ou 3% no ano que vem também é citada. “Até a Rússia vai crescer
mais do que isso”, destaca. Os problemas na esfera política são outro
destaque da reportagem, que lembra que o governo tem sido desacreditado
por causa do escândalo de corrupção em torno da Petrobras. E que a
presidente Dilma, acusada de esconder o tamanho do déficit orçamentário,
enfrenta um processo de impeachment no Congresso. “Economist” ressalta
que, como o B do BRICS, o Brasil “supostamente deveria estar na
vanguarda do crescimento das economias emergentes. Em vez disso,
enfrenta uma turbulência política e, talvez, um retorno à inflação
galopante”. Segundo a publicação, “somente escolhas difíceis podem
colocar o país de volta ao curso, mas, no momento, a presidente Dilma
não parece ter estômago para isso”. A revista aponta que o “sofrimento
do Brasil”, como o das demais economias emergentes, se deve em parte à
queda dos preços das commodities globais. Fora isso, o déficit fiscal
aumentou de 2% do PIB, em 2010, para 10%, em 2015. (O Globo)
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