Se alguém
tinha dúvidas, agora não há mais razão para duvidar: o Brasil é dominado
por uma organização criminosa que faz qualquer coisa fora da lei para
manter seu nefasto projeto de poder:
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse, ao pedir ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a prisão cautelar do líder do governo no Senado
Delcídio Amaral (PT-MS), que a atuação do parlamentar, do banqueiro
André Esteves, do BTG Pactual, e do advogado Edson Ribeiro para
inviabilizar o acordo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró revela um "componente diabólico" para tentar travar as
investigações da Operação Lava Jato. Sucessivas reuniões gravadas pelo
filho de Cerveró, Bernardo, mostram a atuação de Delcídio, do chefe de
gabinete Diogo Ferreira, do advogado Edson Ribeiro e a invocação do nome
de Esteves para impedir a delação de Cerveró.
Em troca
do silêncio do ex-dirigente da Petrobras, a família de Cerveró receberia
uma mesada de 50.000 reais. Se a delação fosse assinada, como acabou ocorrendo,
a negociação era para que os nomes de Delcídio Amaral e André Esteves
não fossem citados pelo delator. "Há aí componente diabólico de embaraço
à investigação: ultimado o acordo financeiro, Nestor Cerveró passaria a
enfrentar dificuldades praticamente intransponíveis para conciliar-se
com a verdade. Seu silêncio compraria o sustento de sua família, em
evocação eloquente de práticas tipicamente mafiosas", disse Janot.
"Ficaria preservado, assim, à guisa de chantagem continuada, o silêncio
de Nestor Cerveró, que passaria a enfrentar dificuldades praticamente
intransponíveis para conciliar-se com a verdade. Seu silêncio compraria o
sustento de sua família, em evocação eloquente de práticas tipicamente
mafiosas", completou ele.
O chefe
do Ministério Público detalha ainda a atuação de Diogo Ferreira, chefe
de gabinete de Delcídio, que chegou a desconfiar de um
"chaveiro-gravador" usado pelo filho de Cerveró para monitorar as
rodadas de negociatas e, por precaução, tomou a iniciativa para evitar
que fossem produzidas provas contra o senador. Quando suspeitou da
presença do "chaveiro-gravador" em uma das reuniões que discutiam como
embarreirar a delação de Cerveró, Diogo aumentou o volume de uma
televisão próxima. Gravadores reservas, porém, estavam acionados para
registrar a atuação do grupo.
"É
induvidoso que Diogo Ferreira agiu para tentar neutralizar a
possibilidade de Bernardo Cerveró gravar a conversa. Esse padrão de
conduta mostra com clareza, por sua vez, que Diogo Ferreira está
disposto a proteger o Senador Delcídio Amaral independentemente da
coloração de sua conduta, inclusive tomando a iniciativa de evitar a
produção de provas em desfavor do congressista", relatou Janot. "É um
comportamento - digno de um integrante de máfia - de Diogo Ferreira",
disse.
Na
avaliação do Ministério Público, Delcídio Amaral atuou de forma
"espúria" por ter interesse pessoal e específico em embaraçar a Operação
Lava Jato. "Isso sinaliza, por sua vez, que o senador Delcídio Amaral,
atual líder do governo no Senado, não medirá esforços para embaraçar o
desenvolvimento das investigações encartadas na Operação Lava Jato. Ele
deixa transparecer que explorará o prestígio do cargo que ocupa para
exercer influência sobre altas autoridades da República", disse Rodrigo
Janot, que ainda condena a atuação de Delcídio como um dos mentores de
uma possível fuga de Cerveró.
O líder
do governo no Senado, preso cautelarmente na manhã desta quarta-feira
por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), prometeu atuar junto à
Corte e aos peemedebistas Michel Temer e Renan Calheiros para que o
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró fosse
colocado em liberdade. Cerveró, que foi indicado pelo próprio Delcídio
para o cargo de cúpula na petroleira, está preso desde o início do ano
por suspeitas de receber propina e atuar em fraudes em contratos na
estatal.
Segundo
conversa gravada por Bernardo Cerveró, filho do ex-dirigente da
Petrobras, Delcídio disse que ministros do STF poderiam ser
influenciados em prol da soltura de Cerveró. Entre eles estariam os
ministros Edson Fachin, José Antonio Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Teori
Zavascki. Na conversa, o senador também prometeu influência do vice
Michel Temer e de Renan Calheiros em benefício do ex-diretor da
Petrobras. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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