Caros amigos
Desde a criação do Ministério da Defesa
(MD), tenho dito que a chefia desta pasta deveria ser confiada a um
Diplomata. Continuo a pensar assim, apesar das duas experiências
desastrosas que tivemos com José Viegas e Celso Amorim.
Julgo que, sendo a Defesa uma componente
da Política Externa, nada mais lógico do que colocar no MD um Embaixador
comprometido por vocação, formação e princípios, unicamente, com os
interesses do Brasil, como são, pelas mesmas razões, os militares.
Da mesma forma e por coerência, os
Ministros da Defesa deveriam ser compelidos a proceder com as mesmas
restrições lógicas que disciplinam o comportamento dos militares, isto
é, deveriam restringir sua atuação e manifestações políticas aos temas
que envolvem os interesses corporativos e profissionais das instituições
militares e sua missão constitucional: defesa da Pátria, garantia do
cumprimento das leis e manutenção da ordem interna.
Estas condicionantes explicam o fracasso
das duas escolhas citadas, porquanto, ambos, tinham vínculos partidários
e ideológicos com os governos a que serviam, e, como Ministros da
Defesa, não tinham convicções e comportamento assemelhados aos dos
militares, ou seja, não tinham o Brasil acima de tudo, mas o partido,
suas propostas e seus compromissos ideológicos!
Assim pensando, em que pese o
comportamento histórico do político Aldo Rebelo em defesa dos interesses
militares no Congresso Nacional, o que lhe permitiu, muito justamente,
integrar a “tropa amiga” naquela instituição, julgo patética, descabida e
incoerente a sua participação na propaganda eleitoral do seu partido, o
PC do B.
Embora sendo membro efetivo, e também
histórico, do desgoverno que destruiu o Brasil e que, consequentemente,
colocou em xeque todos os projetos estratégicos do seu Ministério, o Sr
Aldo Rebelo, ao permitir-se participar de uma investida contra a
verdade, já como Ministro da Defesa, dá provas de que, em sua escala de
valores, o partido e a ideologia competem com os interesses do Brasil,
contrastando com o exemplo que se espera de um brasileiro investido
dessa função!
Apesar da sua reconhecida e louvável
atuação parlamentar em benefício das causas dos profissionais das armas,
comportar-se mais como político do que como Ministro da Defesa – pasta
que visa a ser reconhecida como “órgão de Estado”, integrador da
segurança e da defesa nacionais, e que pretende coordenar o esforço
integrado e a direção superior das FFAA -, além de depor contra o
elevado conceito de “tropa amiga” do Ministro Aldo Rebelo, abre
precedente para que os homens e as mulheres que empunham as armas da
Nação, apesar do controle e da disciplina a que são necessariamente
submetidos, sintam-se “autorizados” a agir da mesma forma em defesa dos
valores patrióticos que os fizeram ser, antes de mais nada, Soldados da
Pátria!
Aí reside, provavelmente, a razão dos
oportunos comentários, avisos e alertas preventivos feitos pelo Gen
Antônio Hamilton Mourão Martins aos seus comandados durante sua profícua
passagem pelo Comando Militar do Sul, pois, se um Ministro da Defesa se
permite propalar as propostas ideológicas do seu partido e fazer
propaganda enganosa de um governo falso e desonesto, porque um General
de Exército, em qualquer função, deveria negligenciar do dever
profissional de alertar seus comandados para as ameaças, até de emprego
militar, que visivelmente pairam sobre a Nação?
Gen Bda Paulo Chagas
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