sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Confira algumas consequências da prisão do líder do governo


Delcídio era da total confiança da presidente Dilma
João Domingos
Estadão
Serão enormes os impactos políticos da prisão do senador petista Delcídio Amaral (MS). A prisão foi ordenada pelo ministro Teori Zavascki, por considerar que Delcídio estava atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato. Zavascki é um ministro que prima por decisões técnicas. Foi levado ao Supremo pela presidente Dilma Rousseff.
Vamos ao alcance político da medida.
1 – Delcídio não é um senador qualquer. É o líder do governo da presidente Dilma Rousseff. Ou seja, é o porta-voz da presidente da República no Senado.
2 – É considerado um dos mais hábeis negociadores do Senado. Tem conseguido destravar a complicada pauta de votações de interesse do governo nos últimos meses. A prisão dele causa um grande estrago nas fileiras da base aliada do Palácio do Planalto, num momento em que o governo age como uma barata tonta.
3 – Esta é a primeira vez na História que um senador é preso no exercício do mandato. Outros que se envolveram em rolos no passado foram processados, mas não tiveram a liberdade restringida.
4 – Para tomar a decisão de mandar prender o senador, o ministro Teori Zavascki teve de estudar muito o artigo 53 da Constituição. Lá diz que um congressista só pode ser preso em flagrante. É a chamada imunidade prisional.
5 – Delcídio é muito amigo do ex-presidente Lula. É do Mato Grosso do Sul, Estado onde o empresário e fazendeiro José Carlos Bumlai tem parte de seus empreendimentos. Bumlai foi preso na segunda-feira, 24.
6 – A prisão de Delcídio Amaral é um golpe a mais nas pretensões de Lula de se candidatar a presidente em 2018. Há gravações segundo as quais Delcídio estaria participando de articulações para ajudar o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró a fugir tão logo recebesse um habeas corpus. Cerveró é um dos presos da Lava Jato.
A área de atuação de Delcídio Amaral sempre foi a de energia. Teve influência na nomeação de antigos diretores da Petrobras, assim como na demissão de outros.

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