segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Com caveira, mexicano lembra 'Dia dos Mortos' durante JMPI


Celebração é popular no México e coincide com Todos os Santos e Finados.
Promotor cultural divulga cultura pré-colombiana no evento em Palmas.

Gabriela Lago Do G1 TO
Com caveira, mexicano lembra Dia dos Mortos (Foto: Gabriela Lago/G1)Com caveira, mexicano lembra "Dia dos Mortos" (Foto: Gabriela Lago/G1)
Carregando a réplica de uma cabeça de caveira, o mexicano Carlos Hernandez Parra, de 46 anos, promove a cultura pré-colombiana do México e lembra a tradicional celebração do "Dia dos Mortos", durante os Jogos Mundiais do Povos Indígenas (JMPI). A festa popular no país dele, costuma ser celebrada nos dias 1 e 2 de novembro, coincidindo com as festividades católicas de Dia de Todos os Santos e de Finados. Ele está em Palmas acompanhando as 12 etnias mexicanas durante os Jogos, que acontecem na capital até este sábado (31).
Parra é promotor cultural e estuda a cultura pré-colombiana há mais de 20 anos. Ele explica que a festividade consiste em lembrar as pessoas que já morreram, sem pesar. "A morte é algo triste, mas a celebração não necessariamente. De acordo os nossos antepassados, a vida é uma evolução contínua, a qual não se sabe onde começa e onde termina. A ideia do sofrimento relacionado à lembrança de quem já se foi, tem a ver com a influência do catolicismo."
Segundo Parra, a caveira, muito vista durante a celebração, significa a essência de transformação de todos os seres e não a morte.
"Ela representa tudo que começa um ciclo de vida na terra. Dentro da visão dos antepassados, tudo que existe no universo é dual, formado em parte de essência feminina e de outra masculina. Não se trata de sexos opostos e sim de sexos que se complementam, para criar e dar vida. Dessa dualidade universal temos a manifestação humana: homem e mulher. Ao longo da vida passamos por muitos processos, podemos ser homem ou mulher. Há uma poesia que diz que 'o que foi há muito tempo, será outra vez' ou ainda, 'os que agora vivem outra vez serão'."
Parra promove cultura pré-colombiana durante JMPI (Foto: Gabriela Lago/G1)Parra promove cultura pré-colombiana durante
JMPI (Foto: Gabriela Lago/G1)
De acordo com o Parra, o Dia dos Mortos é celebrado de formas diferentes, dependendo da região do país. "Há quem construa altares e há quem faça oferendas. Na celebração costumamos usar uma flor amarela, comumente chamada de 'flor dos mortos'. Ela foi encontrada por nossos antepassados, que acharam que tinham a mesma cor de defunto."
Segundo Parra, essa semana os indígenas mexicanos se reuniram em uma das escolas onde estão hospedados, em Palmas, para compartilhar informações sobre a celebração. Eles explicaram aos demais povos que participam do evento, do que se trata a festa. Para o promotor cultural, os JMPI são uma necessidade. "O evento reinvindicam a importância dos povos nativos."
Dia dos Mortos
A festividade foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Segundo a crença mexicana, durante a celebração do "Dia dos Mortos" as almas dos parentes falecidos regressam à casa para conviver com os familiares vivos e para aproveitar as oferendas feitas. A festividade é uma mescla entre a tradição católica europeia e a cultura dos povos pré-hispânicos.
JMPI
Ao todo competem nos JMPI cerca de 1,8 mil atletas indígenas, dos quais 1,1 mil são de etnias brasileiras e 700 de etnias internacionais. Além do Brasil, outros 23 países participam das competições.
México (Foto: Henry Romero/Reuters  )Dia dos Mortos é festividade popular no México (Foto: Henry Romero/Reuters )
México 3 (Foto: Henry Romero/Reuters)Caveira representa transformação da vida (Foto: Henry Romero/Reuters)

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