segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Cemitérios para pets recebem moradores do DF no Dia dos Finados


Fotos, flores e vasilhas de água são utilizadas para lembrar dos animais.
Empresários ouvidos pelo G1 dizem esperar cem visitantes nesta segunda.

Jéssica Nascimento Do G1 DF
Túmulo do cachorro Rex, enterrado em setembro de 2014 (Foto: Vanda dos Reis/Arquivo Pessoal)Túmulo do cachorro Rex, enterrado em setembro de 2014 (Foto: Vanda dos Reis/Arquivo Pessoal)
Com saudade dos antigos animais de estimação, moradores do Distrito Federal vão aproveitar o Dia dos Finados, celebrado nesta segunda-feira (2), para visitar cemitérios voltados a pets. Empresários ouvidos pelo G1 dizem esperar cerca de cem visitas em unidades da capital do país e do Entorno.
Visitamos ele com frequência, inclusive no Dia dos Finados. Era meu menino em forma de um cachorro. Me referia a ele como meu filho. Quando as pessoas me perguntavam quantos filhos eu tinha, de imediato respondia: tenho três. Levamos brinquedo, a vasilha de água dele, flores e balões para colocar sobre o túmulo"
Vanda dos Reis,
dona do Rex
Proprietário de um cemitério para animais, Rodrigo Macedo afirma que realiza 50 cremações e enterros por mês. O preço cobrado é variável. No caso da cremação, o custo é a partir de R$ 350, conforme o peso do bicho. No do enterro, a partir de R$ 375, de acordo com o tamanho.
"Mais de 200 animais de estimação estão sepultados no local. A predominância é de cachorros e gatos, mas já atendemos passarinhos, cobras, entre outros. Nossa atenção número um é com o atendimento, trabalhamos para atender ao cliente da melhor maneira possível e com a maior brevidade em um momento tão difícil. Temos uma central de atendimento 24 horas. Providenciamos tudo, desde a remoção até os preparativos finais para a realização da cremação ou do sepultamento", diz.
A advogada Vanda dos Reis, de 42 anos, enterrou o “melhor amigo” em setembro de 2014. Ela conta que, por o animal ser considerado parte da família, a opção foi fazer um investimento alto para enterrar Rex. A mulher pagou R$ 1 mil referente ao translado do corpo, velório e sepultamento com a lápide. Ela também paga R$ 460 por ano para manutenção.
"Visitamos ele com frequência, inclusive no Dia dos Finados. Era meu menino em forma de um cachorro. Me referia a ele como meu filho. Quando as pessoas me perguntavam quantos filhos eu tinha, de imediato respondia: tenho três. Levamos brinquedo, a vasilha de água dele, flores e balões para colocar sobre o túmulo."
Área dos jazigos perpétuos no Memorial Jardim dos Animais, que fica a 50 quilômetros do centro de Brasília (Foto: Sheila Ângela Ribeiro/Arquivo Pessoal)Área dos jazigos perpétuos no Memorial Jardim dos Animais, que fica a 50 quilômetros do centro de Brasília (Foto: Sheila Ângela Ribeiro/Arquivo Pessoal)
Proprietária do Memorial Jardim dos Animais, Scheila Ribeiro conta que há mais de mil animais enterrados no cemitério criado por ela. Segundo a mulher, os visitantes levam geralmente fotos, flores e ossos.
"Eles fazem parte da família brasiliense. É difícil quando os perdemos, né? Geralmente o Dia dos Finados é de grande comoção, as pessoas sentem muita falta e sempre dizem: 'Já visitei uma parte da família [humanos], agora estou vindo visitar meus bichinhos."
A estudante Karolina Rodrigues, de 23 anos, guarda fotos para lembrar da cadela Duda (Foto: Karolina Rodrigues/Arquivo Pessoal)A estudante Karolina Rodrigues, de 23 anos, guarda fotos para lembrar da cadela Duda (Foto: Karolina Rodrigues/Arquivo Pessoal)
A estudante Karolina Rodrigues, de 23 anos, perdeu a cadela da raça golden retriever Duda um dia depois de fazer aniversário. Na época, o bicho tinha 11 anos.
"Eu ganhei a Duda com 8 anos de idade, em 2000. A causa da morte ainda é desconhecida. Na verdade, ela foi sacrificada, pois estava muito doente e já não levantava mais nem para fazer as necessidades fisiológicas. Sofri bastante quando ela foi embora. Nos primeiros dias eu, sem querer, ainda chamava por ela e aí percebia e lembrava que não estava mais viva, era horrível, indescritível."
A estudante diz que Duda tem a mesma importância que um integrante da família, por exemplo. Para amenizar a saudade, ela guarda fotos de todas as fases de vida da cadela. "É bem clichê dizer isso, mas a Duda vai ser eterna. Ela se foi e levou uma parte de mim, com certeza, eu sinto como se tivesse um buraquinho no meu coração, ela foi e ainda é uma das melhores coisas que dá minha vida, é única e insubstituível", diz, emocionada

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