O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma ação, nesta
segunda-feira (26), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério
Público Eleitoral (MPE) para que se apurem as irregularidades nas
contas de campanha das eleições presidenciais do senador Aécio Neves
(PSDB). Segundo o coordenador jurídico da campanha à reeleição da
presidente Dilma Rousseff, Flávio Caetano, as denúncias contra as contas
de Aécio são muito graves. Cerca de 78% dos recibos da campanha foram
alterados. Entre as irregularidades, existe um depósito em dinheiro de
R$ 1,2 milhão feito pelo Comitê Financeiro Nacional do PSDB para a
própria conta do comitê. Esse valor não está nas planilhas entregues ao
TSE. No mesmo dia, 19 de novembro de 2014, e com o mesmo número de
lançamento, há um depósito realizado pelo senador Tasso Jereissati
(PSDB), no mesmo valor de R$ 1,2 milhão, via transferência eletrônica. A
transação indica a ocorrência de omissão de informação juridicamente
relevante, prevista no Código Penal. Entre os problemas apontados pelo
PT, está a contratação, pelo Comitê Financeiro Nacional do PSDB, da
empresa Multi Servide Cooperativa de Trabalho, ligada ao governo de São
Paulo, por mais de R$ 2 milhões. Ela teria disponibilizado militantes
para trabalhar na campanha de Aécio. O vice-presidente e diretor da
cooperativa é Anderson Oriovaldo Ercolin, contador responsável pelas
contas de Aécio Neves. Há também indícios de que a campanha do senador
usou funcionários públicos, lotados em gabinetes como do senador Aloysio
Nunes, para trabalhar na campanha. No fim de agosto, a ministra do TSE
Maria Thereza de Assis Moura, relatora do processo que examina a
prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves, solicitou
informações de 15 irregularidades encontradas pela Corte. As contas do
tucano ainda não foram integralmente analisadas pelo TSE. (JB)
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