quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Intervenção russa na Síria aumenta tensão com os Estados Unidos

O bombardeio realizado pela aviação russa quarta-feira (30/9) na Síria contra grupos insurgentes do regime de Bashar al-Assad provocaram tensões entre Moscou e Washington.
As informações foram publicadas nesta quinta-feira pelo Jornal El País.
Segundo o jornal espanhol, o Ministério da Defesa da Rússia informou que os ataques atingiram alvos do Estado Islâmico (EI). O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, no entanto, disse que as primeiras indicações são de que os bombardeios afetaram "provavelmente" a áreas sem presença de EI. "Essas ações vão inflamar guerra civil", lamentou.
Segundo o jornal The New York Times, entre os alvos atingidos pela operação russa está um grupo rebelde treinados pela CIA. Ambos Carter, como o Secretário de Estado, John Kerry, criticaram a Rússia pelo avanço limitado e precisão com a qual a Rússia informou ataques.
O governo russo rebateu os EUA, dizendo que sua aviação realizou 20 saídas e atingiu "oito alvos do grupo Estado Islâmico".
De acordo com o El País, na terça-feira à noite, o presidente Vladimir Putin reuniu-se com o conselho de Segurança para discutir a luta contra o terrorismo. Depois de obter a aprovação da Câmara Alta do Parlamento russo para usar as forças armadas na Síria, Putin disse em uma sessão de governo que não era sua intenção "mergulhar de cabeça" no conflito sírio e disse que a intervenção russa terá lugar "severamente nos quadros estabelecidos" e seria limitada ao apoio aéreo do exército do presidente Bashar al-Assad ", sem a participação de operações em terra."
A missão será limitada ao "prazo de operações ofensivas pelo Exército sírio", disse Putin, salientando que a participação da Rússia na operação antiterrorista na Síria, com base no direito internacional é uma resposta ao pedido oficial do presidente Assad. Putin ressaltou que os Estados Unidos, Austrália e França, cuja força aérea bombardearam as posições dos EI, não obtiveram mandato do Conselho de Segurança da ONU e não têm o pedido do país em busca de ajuda militar.
A Rússia "considera possível e indicado unir os esforços de todos os Estados interessados" na luta contra o Estado Islâmico, contando com a Carta das Nações Unidas, disse ele. O único "caminho certo" na luta contra o terrorismo internacional é "ato de antecedência, combater e aniquilar os combatentes e terroristas que já conquistaram território e não esperar por eles para vir à nossa casa", disse ele.
O Secretário de Defesa dos EUA Ash Carter, considerou nesta quarta-feira que a estratégia russa na Síria está condenada ao "fracasso". Carter disse que o objetivo da Rússia de combate o EI, apoiando o regime de Bashar al-Assad é "contraditório" e só aumenta o risco de deterioração da guerra civil síria porque fortalece grupos extremistas sem procurar uma solução política para conflito.
Rússia garante coordenado com o Irã e o Iraque, de um centro de recém-fundada no Iraque, mas não está claro o grau de informação mútua que flui entre Moscou e as outras potências ocidentais que bombardeiam os islâmicos na Síria. A julgar pelos relatórios ocidentais, a Rússia antecipou conversações com representantes militares dos dos Estados Unidos.
O secretário de Estado, John Kerry e seu colega russo, Sergey Lavrov, anunciaram  quarta-feira em uma aparição conjunta diante de jornalistas depois de uma reunião do Conselho de Segurança das forças armadas que os ambos os países das Nações Unidas serão contactados logo para evitar possíveis incidentes.
O acordo tem como objetivo "evitar incidentes indesejáveis", disse Lavrov em declarações aos jornalistas com o norte-americano, com quem teve sua terceira reunião nos últimos dias. De acordo com Kerry, que reiterou as "preocupações" dos Estados Unidos sobre os objetivos da intervenção russa na Síria, os contatos podem começar tão cedo quanto quinta-feira.
Segundo o jornal Novaya Gazeta, os militares russos consultados pelos representantes do setor de petróleo perguntaram sobre as estações de bombeamento que não devem ser utilizadas para evitar o transporte e contrabando de petróleo. As petroleiras deram aos representantes do Ministério da Defesa informação exaustiva sobre a localização das instalações controladas pela EI. Contrabando de petróleo é uma das fontes de financiamento do grupo terrorista.

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