Aumento no número de falências obriga empresas buscar alternativas para manter produtividade, empregos e vendas
Wesley Costa
O cenário de recessão econômica tem imprimido impactos consideravelmente negativos nas empresas brasileiras e exigido que empresas tomem medidas drásticas para se manterem na atividade. Nos primeiros nove meses do ano foram realizados 1.326 pedidos de falências no
País, um aumento de 5,0% em relação a igual período de 2014, quando foram registrados 1.263. Do total de requerimentos de falência efetuados de janeiro a setembro de 2015, 691 foram de micro e pequenas empresas (de janeiro a setembro/2014 o número foi de 640); 310 de médias empresas (em igual período do ano passado, 312) e 325 pedidos de grandes empresas (em 2014, 311).
A saída é buscar alternativas como a encontrada pela indústria de produtos ortopédicos, Ortomix. A empresa buscou integrar todas as etapas da produção para enfrentar os altos custos de produção advindos da alta do dólar. Além de manter o crescimento e vendas, a empresa conseguiu manter seu quadro de funcionários.
Dependência
Segundo o gerente comercial da marca, Alcides Cândido da Silva, a empresa, que era extremamente dependente de materiais e componentes importados, apostou na profissionalização da mão de obra. Com isso, passou a depender apenas das matérias primas e pôde manter seus preços mesmo em tempos de crise.
Silva explica que todas as cadeiras de rodas são montadas por profissionais capacitados pela própria empresa. “Aqui, nos ocupamos da fabricação das peças plásticas que vão nas cadeiras ao estofamento”, relatou. Ainda conforme o gerente, a medida de agregar todas as etapas da produção surgiu antes mesmo do anúncio da crise, tendo como foco a qualidade dos produtos. “O proprietário da empresa é um cadeirante que sempre fez questão de acompanhar todas as etapas de produção e se certificar da qualidade de nossos produtos”, explicou ele.
Por meio desse domínio de toda a cadeia produtiva é que tem sido possível para a empresa fugir dos altos preços cobrados pelos componentes. “Como fabricamos todas as peças aqui, só sentimos os efeitos da alta do dólar na compra da matéria prima e não no valor agregado dos produtos já beneficiados”, explicou o gerente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário