quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Ex-ministro e empresas são alvos da PF


Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia


Eugênio Moraes/Hoje em Dia
operação Acrônimo - fase 3
Descaracterizados, PFs carregam documentos em malotes após buscas em apartamento de ex-ministro

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta quinta-feira, dia (1º), cerca de 40 mandados judiciais em Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Goiás dentro da terceira fase da operação Acrônimo, que tem como principal investigado o governador de Minas Fernando Pimentel (PT). Na capital mineira, o novo alvo é o ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Mauro Borges, conforme o Hoje em Dia adiantou em primeira mão. A Acrônimo investiga lavagem de dinheiro, desvio de verbas federais e caixa 2 eleitoral.
PF deflagra 3ª fase de operação Acrônimo em BH e BrasíliaDurante cerca de duas horas, os investigadores realizaram buscas no apartamento de Borges, no Bairro Belvedere, Zona Sul de Belo Horizonte. Foram apreendidos computadores, tablets e celulares. Após a busca e apreensão, ele foi levado para depor na superintendência da PF. Chegou acompanhado de advogado, em um veículo com os vidros pretos. O ex-ministro foi liberado após ter optado ficar em silêncio durante o interrogatório, que durou cerca de 30 minutos.
Duas testemunhas escolhidas pela polícia numa academia na vizinhança acompanharam as buscas no apartamento. A ação foi seguida também pelo advogado Marcelo Leonardo, que chegou ao local após o início da operação. De acordo com Leonardo, a apuração envolve o período em que Borges foi ministro, entre fevereiro e dezembro de 2014. Atualmente, Borges é presidente da Cemig.

“Não tem qualquer relação com a Cemig. A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão e outro de intimação. Houve apreensão de notebooks, tablets e celulares. Tem a ver com o período em que ele foi ministro do Desenvolvimento em 2014. O ministro que acompanha o processo decretou 48 horas de sigilo. Então não posso fornecer outras informações”, declarou o criminalista.
Borges sucedeu Pimentel no ministério no ano passado, quando o petista deixou a pasta para se candidatar ao governo de Minas. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, declarou que o governador não tem relação com a terceira fase da Acrônimo. Além de Pimentel e agora Borges, a investigação tem como alvos a primeira dama de Minas, Caroline Pimentel, o empresário Benedito Oliveira, o Bené, ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT), e o assessor especial do governo estadual, Otílio Prado, entre outros.
Em São Paulo, segundo informações do "Estadão", os federais estão na empresa Marfrig. Em outras unidades da federação eles também cumprem mandados nas empresas Odebrecht, Casino, CBF e Gol.
Despacho do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, mostra que a Marfrig (representante do Grupo Casino), a Pumpido e a Hyundai Motor são investigadas na Acrônimo. "Penso que não há como negar repercussão dessa investigação sobre possíveis ilícitos praticados por prepostos dessas pessoas jurídicas com outros envolvidos", diz trecho do despacho. A investigação corre no STJ, pois o governador tem foro privilegiado.

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