domingo, 27 de setembro de 2015

Reforma ministerial amplia distância entre o vice-presidente e Dilma


Conforme relatos de peemedebistas, o novo arranjo da Esplanada proposto pelo Palácio do Planalto diminui o poder de Temer, que, em resposta imediata, atuou para travar o avanço das mudanças

por
iG Minas Gerais
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
As negociações para a composição da nova equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff, articuladas por integrantes da cúpula do governo e por líderes dos partidos aliados, ampliaram o afastamento entre a petista e seu vice, Michel Temer.
Conforme relatos de peemedebistas, o novo arranjo da Esplanada proposto pelo Palácio do Planalto diminui o poder de Temer, que, em resposta imediata, atuou para travar o avanço das mudanças.
As discussões sobre a nova divisão dos espaços do governo também ocorrem no momento em que Temer tem sido excluído pelo Planalto das principais decisões do Executivo.
Desde o mês passado, quando Temer afirmou que “alguém” precisava unir o país diante do avanço das crises econômica e política, o poder dele vem sendo desidratado gradativamente.
Articulada nos bastidores, a reação do vice pode comprometer a reforma que tem por objetivo afastar o risco de impeachment da presidente no Congresso e aprovar o ajuste considerado vital para diminuir o impacto da crise econômica.
Na noite da quarta-feira, no entra e sai de lideranças do PMDB do gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-ministro e senador Edison Lobão (MA) deu a senha: “O presidente Michel Temer acha que é necessária, mas é contra a reforma agora”.
Apesar de o senador condicionar o avanço da reforma ministerial à votação de propostas de interesse do governo, é outra a avaliação de congressistas da legenda.
As negociações “emperraram”, na avaliação deles, porque Temer entrou no circuito para embaralhar o avanço das mudanças sugeridas pela cúpula do Palácio do Planalto.
O vice, para eles, percebeu que perderia espaços na Esplanada e, consequentemente, prestígio no partido. Nas palavras de um líder do PMDB, Temer “tem tensionado (as negociações)”.
No rascunho da reforma apresentado aos congressistas por integrantes do Executivo, as Secretarias de Portos e da Aviação Civil, atualmente ocupadas por ministros ligados a Temer, devem ser distribuídas às bancadas do partido na Câmara e no Senado, o que irrita especialmente o vice-presidente.

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