terça-feira, 1 de setembro de 2015

PF acusa senador e o presidente da CCJ na Câmara de receberem suborno


Arthur Lira (PP-AL) nega as acusações e diz que está "firme e forte" na comissão

por
Agência Globo
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Agência Câmara
Deputado Arthur Lira (PP-AL)
Deputado Arthur Lira (PP-AL)
Relatório da Polícia Federal sobre a Operação Lava-Jato acusa o senador Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Arthur Lira (PP-AL) de receberem suborno de empresas com contratos com a Petrobras. Para a polícia, indícios recolhidos desde o início da investigação são suficientes para o enquadramento do senador e do deputado, pai e filho, em crime de corrupção passiva.
Arthur Lira é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante comissão da Câmara dos Deputados. Nenhum projeto pode ser aprovado na Câmara sem antes passar pelo crivo da CCJ.
A PF encaminhou o relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira. Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se de denuncia ou não os dois parlamentares.
As primeiras acusações contra Benedito e Arthur Lira surgiram em um dos depoimentos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef.
O presidente da CCJ da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse ao GLOBO na tarde desta terça-feira que está “firme e forte” e que não deixará o comando desse colegiado. O parlamentar afirmou que está tranquilo quanto às acusações de ter recebido recursos ilícitos para sua campanha eleitora, oriundo do esquema de corrupção na Petrobras.
— Absolutamente não compromete o meu trabalho aqui. Continuo firme e forte na comissão. Estamos acostumados a lidar com essas coisas. E estou à disposição da Justiça e da Polícia Federal, mas não submisso. Temos que coibir ao máximo qualquer exagero cometido por autoridades — disse Arthur Lira.
O deputado disse que nunca teve contato com Alberto Yousseff e que a doação que recebeu para sua campanha foi lícita.
— Em 2010 eu era deputado estadual. Entrei em contato com o tesoureiro do meu partido e ele marcou comigo encontro nesse escritório. Eu fui. Não conhecia Yousseff, não tive contato com ele. Nem para trás nem para frente. O presidente da Constran (empreiteira), que fez a doação, já disse que a doação é lícita.
Lira lamentou a divulgação de que foi indicado.
— A imprensa divulgou antes de a Polícia Federal entregar o relatório ao Supremo. Não há indiciamento. Pode até vir a ter. Como pode ser recusado ou arquivado. Espero um relatório imparcial, senão responsabilizarei ao máximo qualquer excesso apresentado. Nunca recebi nenhum valor ilegal, por fora.
O senador Benedito de Lira (PP-AL), pai do deputado, esteve com o filho no início da tarde no gabinete da presidência da CCJ da Câmara. Antes, comentou a inclusão de seu nome no relatório da PF.
— Não tomei conhecimento disso. O assunto está com os meus advogados. Palhaçada — disse o senador.

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