Deve-se ao filósofo Olavo
de Carvalho a denúncia da gravidade que representaria para o Brasil e outros países
a fundação do Foro de São Paulo,em
1990. Paulatinamente, os povos da América
Latina e do Caribepassaram a assistir a meteórica expansão do FSP,inclusive bem além
das expectativas iniciais dos
seus fundadores( Fidel Castro e Lula),
cujo objetivo no início era só prolongar
a vida desse modelo político socioeconômicoque estava sofrendo alguns revezes
na guerra de ideologias no Leste
Europeu.
A ideia centraldessa organização hoje se resume em promover o implante do socialismo na região,
valendo-se prioritariamente do modelo
concebido por Antônio Gramsci,
fundador do Partido Comunista Italiano, que encontrou bom clima, isto é, um
ambiente já debilitado moralmente, para fincar as suas raízes por aqui. Deu-se com ogramscismo
o mesmo que acontece quando uma doença
oportunista afeta o corpo humano que está com baixa imunologia .
Sem dúvida essa proposta teve sucesso. Conseguiu aglutinar as principais organizações
de esquerda dos países membros. O Foro de São Paulodeixava
as suas portas abertas para os partidos políticos e quaisquer movimentos de esquerda, não desprezando nem mesmo entidades criminosas envolvidas no tráfico de drogas, contando ainda com recursos vindos da corrupção no serviço público dos países
membros. Talvez aí esteja a principal característica do gramscimo - ou marxismo
degenerado -que é o poder de exercerforte atração sobre grupos humanos com desvio de caráter e até propensos ao crime,
como ficou provado no Brasil. Essa “conta” perversa não deve ser apresentada ao marxismo,
como geralmente se faz, porém ao gramscismo.
Essa política “robinhood”
bastante esquisita protagonizada pelos falsários da ideologia comunista tem uma dinâmica bastante
diferente da original. Seus operadores tiram dos ricos ,para dar aos pobres,mas
onde os pobres por “coincidência”, são eles próprios. Os outros (pobres) ficam
chupando o dedo. É a melhor explicação que pode se dar ao terrorismo tributário
sem limites praticado contra a sociedade, sem que esses tributos retornem em
forma de benefícios. A corrupção engole grande parcela do que foi pago pelo
povo em impostos. Portanto, quem paga a corrupção é o povo.
Um detalhe deve ser registrado . O socialismo e o seu “foro”
na América Latina e Caribe teria chegado para combater os malfeitos do regime capitalista
que dominou a área em “monopólio” durante todo esse tempo? Até a chegada do
“concorrente”? Do gramscismo ?
Aalternativa de
mudança que ofereciam ,a socialista, seria
melhor que o modeloanterior, o capitalista? Essa é a questão.
O que não restaqualquer dúvida é que o “status quo” do sistema capitalista vigente não faz por merecer que
seja defendido. Não possuimérito bastante. Ele nunca “prestou” e jamaispermitiu
que a sociedade gozasse dos frutos das suas próprias
capacitações e potencialidades.
Isso não significa, todavia, que seja bom abrir as portas
para o “diabo”, para implante de algum sistemanovo, certamente ainda pior, cujo arcabouço moral deixa muito
a desejar, como já está fartamente provado, não fosse por outras razões, pela
enorme roubalheira dos cofres públicos no Brasil em outros países membros do dito “foro”, onde a esquerda já está instalada e... “roubando”.
Ninguém como Olavo de Carvalho conseguiu diagnosticar com
tanta maestriaa farsa do Foro San Pablo e, mais especificamente , o
descalabro político, administrativo e
moral implantado no Brasil a partir de2003,com
o chegada de Lula e seu “Foro San Pablo”
à Presidência da República.
Todavia o MestreOlavo
comete um “pecado mortal” quando
defende abertamente o “conservadorismo”, que só pode significar o retorno ao “status quo ante”. E foi justamente esse “conservadorismo” que
serviude munição para as esquerdas bombardearem com tanto sucesso os sistema de
direita e que tanta adesão teve nos povos abrangidos, especialmente nas urnas.
Mas a qual “conservadorismo” o pensador se refere? De qualépoca ? De qual governo? De qual
abrangênciaconstitucional? Seria o do tempo de FHC? Collor? Itamar? Sarney?
Regime Militar de 64 a 85 ? Da Constituição de 1967?1946 ?1934/7 ?1891 ?1824 ?
Do Brasil Colônia?
Outra impropriedadeque tenho observado no Filósofo é que ele
sempre demoniza o marxismo, jamais atentando
para os grandes ensinamentos humanistas deixados por Marx, os quais,
lamentavelmente, nunca foram aplicados pelos que pegaram a bandeira comunista depois
da sua morte. O maior exemplo dessa
farsa está em Antônio Gramsci e nos seus discípulos do Foro San Pablo.
Tenho para mim que o marxismo tem muito de positivo para
contribuir com a humanidade. Tanto quanto o capitalismo. Um não exclui o outro.
Mas nas cabeças “contaminadas” que andam por aí isso seria missão impossível. O preconceito recíproco é a regra. Não é raro nem o “ódio” trocado entre eles. Mas
não estamos lutando contra toda espécie de preconceito? Com um pouquinho deboa
vontade política ,sem dúvida se poderia contornar essa aparente inconciliabilidade.
Nesse sentido quem vos escreve já está preparado para enfrentaros “ódios” de um
pelotão de fuzilamento formado pelo consórcio de ambos os lados.
Mas oSOCIAL-CAPITALISMO poderia ser a “paz”. A ideia seria fundir os dois modelosnum só.
Não fosse por outrasrazões, a “mais-valia” seria extirpada,ficaria “zerada”,
porque desapareceria a compra e venda de trabalho, instituindo-se uma sociedade
entre patrões e empregados nos resultados da produção econômica da empresa. Algo mais ou menos semelhante ao
cooperativismo, com a diferença de ser mantido o “capital”, como é hoje,beneficiando
,todavia, com seus frutos econômicos, os dois lados da produção, em dimensões a
serem acertadas por mútuo consenso.
Só pelo fato da injeção de estímulos que receberia o
trabalhador,certamente o nível da produção aumentaria muito E dentro do mesmo
capital. As forças psicológicas que sempre incentivaram os empresáriostambém passaram a atingir os trabalhadores. Bom para um, bom
para o outro ; ruim para um, ruim para ambos. Os riscos dos frutos econômicos
do capital também seriam compartilhados.
Com certeza o desenvolvimentodaria um salto de grandes
proporções, sem necessidade de nenhum outro investimento. Essa força
“secreta”(estímulos positivos)pode ser
encontrada em” Análise Transacional” ,
área da psicologia. Não estaria na hora dos psicólogossentarem ao lado dos políticos,
administradores públicos ,juristas, e economistas para , juntos,
definirem uma nova política para o desenvolvimento, com destaque ao aspecto
social?
Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo
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