Segundo ele, o pagamento refere-se a um contrato de compra de um campo de exploração em Benin, na África, pela estatal. Henriques disse que o repasse a Cunha foi um pedido de Felipe Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDB-MG) – morto em 2009.
"Em relação à aquisição pela Petrobras do campo de exploração em Benin, a pessoa que lhe indicou a conta para pagamento foi Felipe Diniz; que Felipe Diniz era filho de Fernando Diniz; que Felipe enfrentava dificuldades econômicas; que a conta indicada para o pagamento pertencia a Eduardo Cunha", diz trecho do depoimento do lobista à PF.
João Henriques teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro na sexta-feira, dia 25. Ele afirmou também que não sabia que o destinatário da suposta propina era o presidente da Câmara, que nunca teve relação com Cunha e que só ficou sabendo da titularidade da conta há cerca de dois meses.
Investigado por ter intermediado negócios na área Internacional da Petrobras e ter recebido mais de R$ 20 milhões de fornecedoras da estatal, Henriques havia sido preso temporariamente na 19ª Fase da Operação Lava-Jato. Segundo o Ministério Público Federal, além de ter participado da transação da compra do campo de petróleo no Benin, Henriques intermediou a venda da refinaria San Lorenzo, a compra de 50% de um bloco de exploração offshore na Namíbia, a contratação do navio-sonda Titanium Explorer e o contrato de US$ 825,6 milhões firmado para a Odebrecht em 2010 para prestação de serviços de certificação na área de segurança e meio ambiente.
Eduardo Cunha nega ter recebido propina.
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