Lucas Prates / Hoje em Dia
Mágico faz apresentação para crianças do projeto Cape
O incômodo e a dor provocados pelas frequentes punções feitas nas
crianças em tratamento de câncer na Santa Casa de Belo Horizonte deverão
diminuir com a implantação de cateteres fixos, que poderão ser
utilizados em todos os procedimentos venosos. Os equipamentos serão
adquiridos – e implantados até o final do ano – com a verba arrecadada
na campanha McDia Feliz 2015, realizada ontem na capital.
A iniciativa faz parte do projeto “Aliviando a dor”, do setor de
Oncologia Pediátrica da unidade de saúde. Ao todo, serão comprados 150
cateteres, avaliados em R$ 308 mil.
“Os benefícios do cateter são que ele pode ser colocado por uma equipe
de enfermagem treinada, dispensa jejum e anestesia, dependendo da idade
da criança, e dura todo o tempo do tratamento quimioterápico, se for bem
cuidado”, explica o oncologista pediátrico da Santa Casa, Joaquim
Caetano de Aguirre Neto.
Para todos
Segundo ele, o mesmo equipamento poderá ser utilizado para inserir o
medicamento quimioterápico, realizar transfusões de sangue e fazer
hidratação venosa.
“Em todos os procedimentos que envolvem agulhas é difícil vermos
crianças sem reação de medo. Quanto mais difícil o acesso venoso, mais
sofrimento elas têm. Há crianças em que precisamos fazer dez punções
para pegarmos uma veia. Com o acesso pelo cateter, ela não precisará
mais ser submetida a isso”, diz o médico.
Para Simone Souza, coordenadora social da Casa de Acolhida Padre
Eustáquio (Cape) – entidade que acolhe crianças em tratamento na Santa
Casa –, a meta, agora, é tornar a implantação desses cateteres uma
política pública para atender a todas as crianças em tratamento na
cidade.
“Cada cateter custa, em média, R$ 2 mil e ele não é disponibilizado
pelo SUS. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que
toda criança tem o direito de não sentir dor em procedimentos médicos e
que todas as instituições devem fazer todo o possível para atendê-las”,
afirma.
“Nas punções venosas, temos componentes físicos, mas também
o estresse, porque está tudo envolvido” - Joaquim Caetano de Aguirre
Neto - Oncologista pediátrico da Santa Casa de BH
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