domingo, 30 de agosto de 2015

Projeto arrecada fundos para comprar equipamentos para crianças com câncer


Iêva Tatiana - Hoje em Dia


Lucas Prates / Hoje em Dia
Solidariedade na luta contra o câncer infantil
Mágico faz apresentação para crianças do projeto Cape

O incômodo e a dor provocados pelas frequentes punções feitas nas crianças em tratamento de câncer na Santa Casa de Belo Horizonte deverão diminuir com a implantação de cateteres fixos, que poderão ser utilizados em todos os procedimentos venosos. Os equipamentos serão adquiridos – e implantados até o final do ano – com a verba arrecadada na campanha McDia Feliz 2015, realizada ontem na capital.
 
A iniciativa faz parte do projeto “Aliviando a dor”, do setor de Oncologia Pediátrica da unidade de saúde. Ao todo, serão comprados 150 cateteres, avaliados em R$ 308 mil.
 
“Os benefícios do cateter são que ele pode ser colocado por uma equipe de enfermagem treinada, dispensa jejum e anestesia, dependendo da idade da criança, e dura todo o tempo do tratamento quimioterápico, se for bem cuidado”, explica o oncologista pediátrico da Santa Casa, Joaquim Caetano de Aguirre Neto.
 
Para todos
 
Segundo ele, o mesmo equipamento poderá ser utilizado para inserir o medicamento quimioterápico, realizar transfusões de sangue e fazer hidratação venosa.
 
“Em todos os procedimentos que envolvem agulhas é difícil vermos crianças sem reação de medo. Quanto mais difícil o acesso venoso, mais sofrimento elas têm. Há crianças em que precisamos fazer dez punções para pegarmos uma veia. Com o acesso pelo cateter, ela não precisará mais ser submetida a isso”, diz o médico.
 
Para Simone Souza, coordenadora social da Casa de Acolhida Padre Eustáquio (Cape) – entidade que acolhe crianças em tratamento na Santa Casa –, a meta, agora, é tornar a implantação desses cateteres uma política pública para atender a todas as crianças em tratamento na cidade.
 
“Cada cateter custa, em média, R$ 2 mil e ele não é disponibilizado pelo SUS. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que toda criança tem o direito de não sentir dor em procedimentos médicos e que todas as instituições devem fazer todo o possível para atendê-las”, afirma.
 
“Nas punções venosas, temos componentes físicos, mas também o estresse, porque está tudo envolvido” - Joaquim Caetano de Aguirre Neto - Oncologista pediátrico da Santa Casa de BH

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