Faltam poucos meses para o adolescente Marty McFly e seu amigo
cientista Doc Brown chegarem. O futuro previsto em “De Volta para o
Futuro”, com a dupla de personagens viajando no tempo em um carro da
marca DeLorean, já deve virar presente em 21 de outubro, exatamente às
16h25.
Quando a continuação dirigida por Robert Zemeckis estreou nos cinemas,
em 1989, a tecnologia experimentada por Marty para ajudar os seus
filhos metidos em encrencas não passava de uma fantasia dos roteiristas.
Hoje muitas das invenções mostradas no filme já fazem parte do nosso
dia a dia.
Quando o filho de Marty (vivido pelo mesmo ator que faz o pai, Michael
J. Fox) se comunica com seu patrão através da tela da TV, ali estava o
embrião do que viria a se chamar vídeo-conferência. Outra tecnologia
corriqueira nos dias atuais, o uso de máquinas de cartão de crédito já
estava previsto no filme.
Para os amantes do videogame, jogar sem precisar acionar botões é uma
realidade. Na continuação de “De Volta para o Futuro”, McFly entra numa
loja de diversão e participa de um jogo que reconhece seus movimentos –
muito parecido com o Kinect, desenvolvido pela Microsoft para o Xbox.
TABLETS E DRONES
Muito comum hoje, a biometria – leitura das digitais para
reconhecimento do usuário – não passava de ficção há 30 anos. O tablet,
que vem substituindo os notebooks, é mostrado no filme no instante em
que pedem para o adolescente assinar uma petição popular.
Outra tecnologia recente, o drone aparece como uma xereta câmera para
veicular imagens para TV, o que tem sido usado por algumas emissoras.
Nenhum fabricante confeccionou uma roupa que seca sozinha no corpo, mas a
Nike está perto de lançar um tênis que se amarra automaticamente.
Mas o apetrecho mais esperado pelos fãs da trilogia ainda vai demorar
um pouco para se tornar realidade: embora a Hendo tenha criado um
protótipo de skate voador (protagonista de boa cena de perseguição), ele
ainda não tem o mesmo desempenho do objeto do filme.
Ida à lua foi ‘prevista’ em 1902, e o capitão Kirk usava ‘smartphone’ nos anos 60
Desde quando a câmera começou a rodar, o cinema vem tentando prever o
futuro. A primeira invenção que se concretizou foi a presença do homem
na lua, descrita em “Viagem à Lua” (1902) pelo francês George Méliès, e
que ficou famoso pelo pouso da estranha astronave (lançada no espaço por
um canhão gigante), acertando em cheio o olho do satélite – sim, olho,
pois tem a forma e os trejeitos de um rosto humano.
O feito só foi alcançado em 20 de julho de 1969, pelos americanos Neil
Armstrong e Edwin Aldrin, e, apesar do ilusionista Mèliès ter sido o
pioneiro, o primeiro filme a mostrar uma alunagem próxima ao que
aconteceu foi o alemão “A Mulher na Lua”(1929), mérito de Fritz Lang,
diretor expressionista que mais tarde faria carreira em Hollywood. Nessa
história, havia um foguete multiestágios e uma intensa cobertura da
mídia.
Skype em ‘2001 – uma odisseia no espaço’
À medida que o cinema foi investindo cada vez mais no gênero
ficção-científica, novas “previsões” surgiram. Um dos melhores filmes de
todos os tempos, “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, lançado em 1968 por
Stanley Kubrick, não só descreveu uma conversa entre um astronauta e um
computador com inteligência como também exibiu o que seria uma espécie
de Skype de hoje.
Ainda no final da década de 60, a série “Jornada nas Estrelas”, uma das
mais cultuadas pelos fãs do gênero, deu importantes contribuições para o
futuro da tecnologia. O capitão Kirk mostrou bravura e determinação em
muitos episódios, mas para os cientistas ele é o “cara” que carregou o
primeiro smartphone do mundo, um comunicador em que o protagonista
conversava com a tripulação da nave Enterprise.
Precursor do GPS
Apesar de mais pop e menos preocupado em fazer predições, “Guerra das
Estrelas” também apresentou inovações que, para deleite dos fãs, não
estão longe de virar realidade. A mais divertida delas é que aquela
velha brincadeira de criança, com duelos de sabres de luz, poderá ser
concretizada muito em breve. Só vai faltar aquele barulho delas cortando
o ar – aliás, já disponível em aplicativos para telefone.
Os visionários roteiristas de filmes não se limitaram à
ficção-científica. Com um inventor como Q a seu serviço, o agente
secreto James Bond teve vida longa, tanto nas histórias de espionagem
como nas telas de cinema. Já no primeiro filme (“007 contra
Goldfinger”), tínhamos o precursor do GPS. E o que já foi motivo de riso
– um raio-x que permitia ver os passageiros sem roupas na comédia
“Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu 2” – deverá deixar muita gente
receosa na hora de embarcar.
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