sábado, 29 de agosto de 2015

Comércio de joias e semijoias atrai vendedores para Itabaiana


'Capital dos Caminhoneiros' ostenta título de maior comércio do estado.
Cidade também se destaca com comércio da castanha.

Fredson Navarro Do G1 SE
Itabaiana ganhou fama de Cidade do Ouro (Foto: Reprodução TV Sergipe)Itabaiana ganhou fama de 'Cidade do Ouro' (Foto: Reprodução TV Sergipe)
O comércio de Itabaiana se destaca como um dos maiores de Sergipe. Além do título de ‘Capital do Caminhoneiro’, o município tem uma das principais feiras livres do estado, indústrias de pequeno porte, grande produção de castanha e atrai moradores de outros estados pelo baixo preço da venda de joias e semijoias.
A procura pelas joias e semijoias começou a crescer no início da década de 80. Foi neste período que a fama se espalhou e a cidade passou a receber muitos visitantes de outros estados em busca de peças com preços mais em conta. “Esta década foi batizada por febre do folheado e deslanchou a economia local”, explica o historiador Wanderley.

“A maior parte dos nossos produtos é semijoias, mas também tem joias, bijouterias e folheados . O pessoal é muito vaidoso e fica muito feliz com as nossas peças”, explica o comerciante Tadeu Cunha.

Os comerciantes de outros estados visitam Itabaiana para comprar e revender. O forte mesmo são as semijoias, que são peças banhadas a ouro, e as bijuterias, que têm um teor menor do metal. A variedade e o preço atrai muita gente de fora.

“O folheado a ouro tem preço bom e possibilita um maior lucro por isso é mais vantajoso comprar para revender. O relógio também sempre vendeu muito”, disse o comerciante Adriano Santos que mora em Esplanada, na Bahia, e compra produtos em Itabaiana há cinco anos.
Comércio de joias e semijoias atrai  vendedores para Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)Comércio atrai vendedores para Itabaiana
(Foto: Reprodução TV Sergipe)
A professora Maria Serrate que mora da cidade de Coronel João João Sá, na Bahia, visita o comércio de Itabaiana duas vezes por mês. “Venho a cada 15 dias comprar semijoias. A fama da cidade é antiga e conheço há anos”, elogia.

“Não falta serviço e eu trabalho neste ramo há 35 anos todos os dias”, disse o ourives Antônio Mesquita.

A comerciante Iranir, que trabalha há mais de 30 anos no ramo, garante que ela e outros vendedores preferem vender as peças em outro e folheados com lucro reduzido. “Em Itabaiana a gente prefere vender 30 correntes em um dia e ganhar pouco do que vender cinco correntes ganhando muito. O mesmo preço que os vendedores de Aracaju compram a peça de ouro, a gente compra, mas eles aceleram no preço para os compradores”, explica.
  “Sempre tive vontade de abrir um comércio, mas o meu esposo que é caminhoneiro não gostava muito da ideia. Aos poucos, fui convencendo ele e passei a viajar para São Paulo para comprar roupas e semi-joias para vender aqui. Tudo o que eu trazia conseguia vender rapidamente. Aos poucos o comércio foi dando certo e minha família começou a trabalhar comigo”, recorda.

Mas dona Iranir conta que o título de ‘cidade do ouro’ é lenda. “Não existe ouro em Itabaiana. Aqui não tem matéria prima e não tem extração. Mas a fama é porque os vendedores começaram a vender ouro barato, com um lucro bem menor e isso foi evoluindo e cada mais atraindo clientes para a cidade”, explica.
Venda de semijoias aquece a economia de Itabaiana (Foto: Reprodução TV Sergipe)Venda de semijoias aquece a economia de Itabaiana
(Foto: Reprodução TV Sergipe)
Segundo ela, a partir do final dos anos 90 a procura por ouro e semi-joia em Itabaiana começou a diminuir. "A concorrência começou a ficar mais forte e as peças ficaram mais acessíveis. Mas o comércio segue a todo vapor, continuo vendendo joias, semi-joias, bijouterias e relógios. Atualmente emprego 23 vendedoras e quatro seguranças”.

De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabaiana (CDL), a  venda de joias, semijoias e bijuterias gera mais de 300 empregos no comércio varejista. O segmento está entre os cinco mais importantes e tem reflexo em outros ramos da economia local.

O comércio dos adereços no município possui atualmente cinco indústrias que produzem intensamente correntes, pulseiras e anéis, e empregam mais de 500. “Nosso maior mercado consumidor é o de fora do estado”, disse o sócio de uma fábrica, Marcos Lisboa

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