quarta-feira, 29 de julho de 2015

Holding Montesanto colhe a 2ª safra de ‘café com mogno’


Hoje em Dia


Sérgio Amzalak/Divulgação
Holding Montesanto colhe a 2ª safra de ‘café com mogno’
Para Ricardo Tavares, todos os produtores ganham com o plantio consorciado

“O agronegócio no Brasil vive um momento privilegiado”. A afirmação é do empresário Ricardo Tavares, ao revelar que a Holding Montesanto, fundada há 15 anos e hoje com 10 empresas, deverá encerrar 2015 com um faturamento de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 40% em relação ao ano passado. Todos os empreendimentos têm a dedicada atenção do empresário, mas, ultimamente, o que ele tem gostado de falar mesmo é sobre o plantio de café consorciado com mogno africano. O objetivo é disseminar no Brasil a cultura do ‘café com mogno’, que, segundo ele, garante excelente rentabilidade. A segunda safra de café arábica sombreado pelo mogno já está sendo colhida. No total, o grupo conta com o plantio de 3.200 ha de café, distribuídos entre as cidades de Pirapora, Angelândia, Ninheira (MG) e Luis Eduardo Magalhaes (BA).

O momento econômico pelo qual passa o país é motivo de preocupação para a holding?

Apesar de estarmos instalados no Brasil, nosso foco é a exportação. Então, então não temos sentido este momento ruim da economia brasileira com a mesma intensidade que as empresas que operam apenas no Brasil.

Por que investir em café consorciado com mogno?

Em busca de um café de melhor qualidade, pude observar em minhas viagens pela América do Sul e Central, que os melhores cafés produzidos estavam em pés plantados à sombra de árvores nativas. Como os principais negócios de nosso grupo são ligados ao café e ao plantio de mogno, tive a ideia de consorciar os dois, obtendo, assim, um ótimo resultado em termos de qualidade do grão.

Já foram colhidas safras de café consorciado?

Já estamos na segunda safra de um café que foi uma agradável surpresa desde a primeira colheita. Obtivemos um café adocicado, de pontuação acima de 80 pontos e que foi inclusive premiado. A primeira colheita foram de 1.500 sacas, em 2014. Este ano, esse número será bem maior.

Qual a área plantada de mogno e quando será colhido?

Temos mogno plantado em todas as nossas fazendas. Alguns plantios são consorciados com café, mas a maior quantidade de hectares plantados é a floresta de mogno somente.

Temos hoje aproximadamente 1.000 hectares plantados e ainda não paramos de plantar.

A colheita começará daqui a aproximadamente 7 anos.

Já há demanda para o mogno?

A demanda para o mogno africano sempre existiu no mercado internacional e atualmente o abastecimento do mercado é feito principalmente pela África e Austrália. Além de já termos este mercado consolidado no exterior, por meio da Associação brasileira dos Produtores de Mogno Africano khaya ivorensis (ABPMA), da qual sou presidente, estamos divulgando nacionalmente os plantios de mogno existentes no Brasil e a beleza desta madeira. Dentro de 5 a 7 anos, nossos associados já estarão colocando esta madeira no mercado.

O investimento para a produção de café com mogno é alto?

O investimento não é alto, principalmente se levarmos em consideração o retorno financeiro que será obtido. Primeiramente com a qualidade do café sombreado e depois com a madeira a ser colhida. Existe o preparo do solo para o plantio de mogno, cujo valor varia de R$ 4,00 a R$ 5,00 por uma muda de qualidade, mais o investimento normal que se faz para plantar o café. O plantio que temos usado são três fileiras de café e uma de mogno (15 por 5), igual a 133 árvores por ha.

Qual a orientação para o produtor que queira seguir esse caminho?

Todos os produtores só têm a ganhar plantando o café consorciado com mogno. O café custeia o plantio do mogno, sendo que o mesmo trato que se dá ao café serve também para o mogno, e o mogno valoriza a terra onde foi plantado. O produtor tem que se informar mais, sair de sua zona de conforto e buscar melhor renda agregando valor ao seu café. Todas as fazendas do Grupo Montesanto Tavares estão abertas à visitação, principalmente a Atlântica Agro, em Pirapora, onde temos mognos de várias idades, viveiro e campo experimental.

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