Facebook da Dilma sai do PT e vai para a SECOM, determinam os rápidos e vigilantes conselheiros da Comissão de Ética Pùblica.
(O Globo) A Comissão de Ética Pública aprovou, nesta terça-feira, recomendação à
Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para que assuma
a página da presidente Dilma Rousseff no Facebook, atualmente
administrada pelo PT. O colegiado decidiu ainda que a Secom terá de
apagar as postagens com conteúdo político-partidário já publicadas.
Também mandou restringir os temas “ao papel informativo da comunicação
oficial e a pronunciamentos políticos de caráter geral”, proibindo a
veiculação de mensagens pessoais e partidárias.
A Secom disse que "não foi notificada sobre a decisão da Comissão de
Ética Pública da Presidência da República, mas reconhece a importância
do órgão e está disposta a seguir eventuais sugestões que sejam feitas".
Ao recomendar que a Secom assuma a conta de Dilma no Facebook, a
Comissão de Ética toma como exemplo o perfil da presidente no microblog
Twitter, que é administrado pela assessoria do Palácio do Planalto.
A decisão da comissão foi motivada pelo processo para apurar a
conduta do ex-ministro da Secom Thomas Traumann, no vazamento de
documento interno do governo, em que fazia críticas à política de
comunicação e propunha a estratégia de reação ao momento político
adverso ao Palácio do Planalto. Os conselheiros decidiram que Thomas não
cometeu infração ética, mas consideraram que o ex-ministro usou
linguagem impropria ao falar da responsabilidade da comunicação oficial.
Chamou a atenção do relator do procedimento, conselheiro Mauro
Menezes, a frase: "A guerrilha política precisa ter munição vinda de
dentro do governo, mas precisa ser disparada por soldados fora dele". A
passagem, em que o ex-ministro defende a participação dos aliados do
governo na comunicação, especialmente os blogueiros aliados do Palácio
do Planalto, foi considerada bélica e dúbia.
Diante
de uma análise feita pelo ex-ministro, de que o governo federal deveria
combinar ações de comunicação com a prefeitura de São Paulo,
administrada pelo petista Fernando Haddad, a comissão recomendou que as
páginas da presidente nas redes sociais não sejam usadas para dar
prestígio a outras autoridades. No texto, o ex-ministro da Secom afirmou
que "não há como recuperar a imagem do governo Dilma em São Paulo sem
ajudar a levantar a popularidade do Haddad".
A Comissão de Ética diz que a comunicação do governo deve ter papel
informativo e "não deve ser produzida com a finalidade de subsidiar ou
favorecer a participação de autoridades em disputas
político-partidárias". Para embasar seu voto, o relator cita os modelos
adotados pela Casa Branca e pelo governo do Reino Unido.
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