quarta-feira, 1 de julho de 2015

Estudo revela que mais de 60% das escovas de dentes são contaminadas


Estudo revelou que mais de 60% das escovas de dentes analisadas em moradias estudantis deram positivo para contaminação por material fecal

Publicada em  TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Divulgação/Ilustração
O banheiro é um dos ambientes da casa que gera mais discussão entre os moradores. Toalhas molhadas e jogadas no chão, assento do vaso sanitário levantado e com respingos ao redor, pasta de dentes aberta, falta de reposição do papel higiênico.
O fato é que pessoas compartilham muito mais do que toalhas nos banheiros de casas e apartamentos. Estudo apresentado recentemente no encontro anual da Sociedade Americana de Microbiologia, em Nova Orleans (Estados Unidos), revelou que mais de 60% das escovas de dentes analisadas em moradias estudantis deram positivo para contaminação por material fecal.
Pior ainda, há 80% de chance de que essa contaminação se deu enquanto outras pessoas usavam o banheiro. “O problema mais grave é quando o material fecal encontrado na escova não pertence ao usuário, já que contém bactérias, vírus e parasitas que não fazem parte da sua flora normal”, diz a pesquisadora Lauren Aber.
O estudo também mostrou que não importa o método com que o usuário limpa sua escova logo após seu uso. Nem água quente ou produtos de enxágue bucal são suficientes contra essa contaminação posterior.
Para quem pensa que isso acontece só porque as pessoas têm o hábito de deixar as escovas expostas, a pesquisadora corrige: “O uso de porta-escova de dentes com tampa não impede o crescimento de bactérias. Ao contrário, acaba fornecendo um ambiente mais propício ainda para que elas se desenvolvam, já que vão ter calor e umidade. O ideal é lavar bem a escova depois de usar e deixar ela secar sem tampas”, diz Lauren.
De acordo com Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), muita gente nem percebe quando a escova ficou com pasta de dente ou resto de alimento entre suas cerdas, mas é fundamental garantir que isso não aconteça.
“É preciso prestar atenção ao sangramento que ocorre durante a escovação, porque é comum ficar depositado na escova, sendo uma fonte de proliferação. Além disso, também é importante evitar que as escovas da família entrem em contato umas com as outras, já que pode haver uma contaminação cruzada. Esse tipo de vacilo é especialmente prejudicial em casos de gripe, infecções bucais ou mesmo dor de garganta”.
Cerri chama atenção, ainda, que o recipiente aberto – que pode ser um copo ou pote descoberto – deve ser posicionado a pelo menos um metro do vaso sanitário, para evitar o ‘efeito aerossol’ a cada descarga. Também deve ficar longe o suficiente da pia para evitar respingos enquanto outros membros da família lavam as mãos.
“Por fim, é importante perceber quando está na hora de substituir a escova de dentes. Geralmente isso acontece depois de três meses de uso, mas pode ocorrer antes disso, especialmente se as cerdas estiverem desgastadas, abertas ou desalinhadas, ou se a pessoa acabou de se curar de uma infecção ou gripe forte. Nesse caso, a troca deve acontecer antes”.

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