sábado, 27 de junho de 2015

Hospital Regional de Joinville tem caso de KPC e isola pacientes


Pessoa infectada teve contato com outras quatro em sala de emergência.
Todos os pacientes foram isolados e hospital aguarda resultado de testes.

Do G1 SC
Hospital recebeu autorização no dia 4 de agosto para realizar as cirurgias  (Foto: Neiva Daltrozo / Secom)Cinco pacientes estão isolados
(Foto: Neiva Daltrozo / Secom)
A Direção do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville, Norte de Santa Catarina, informou que um paciente da unidade foi detectado com enzima KPC, formada por genes de bactérias que são resistentes a antibióticos. Este paciente teve contato com outros quatro e todos foram isolados. O caso ocorreu na tarde de sexta-feira (26) e todos seguiam em leitos isolados até este sábado (27).
A KPC quebra o efeito de medicamentos no organismo e exige o isolamento dos internos, já que é transmitida pelo contato.
Na sexta, o paciente infectado com KPC esteve na sala de emergência do Hospital Regional com mais quatro pessoas. A unidade de saúde informou que, imediatamente após a detecção, todos os cinco pacientes foram para leitos isolados, o serviço de controle de infecção hospitalar foi acionado, a sala de emergência foi fechada para desinfecção e o fluxo de pacientes foi controlado.
Por volta das 16h começou o trabalho de desinfecção na emergência. Conforme o hospital, a sala foi reaberta já no início da noite. Foi colhida cultura dos quatro pacientes que estavam no mesmo ambiente que a pessoa infectada para identificar se estão com a enzima.
O hospital aguardava o resultado dos testes no início da tarde deste sábado (27). Todos os cinco pacientes estão isolados. Este é o primeiro caso de KPC do ano na unidade. Em 2014, houve um surto da enzima em Joinville, mas no Hospital Municipal São José. Naquela ocasião, foram confirmados 16 casos.
KPC
Segundo o médico infectologista Fabio Gaudenzi de Faria, da Secretaria de Estado de Saúde, a tendência da transmissão é em ambientes hospitalares. "A superexposição e o uso abusivo de antibióticos cria resistências no organismo e causa a própria anulação dos efeitos dos medicamentos", afirma. O médico reforça que pessoas que já se encontram debilitadas, como as que passaram por cirurgias, têm maior tendência a sofrer o efeito da KPC.
"Geralmente ela se instala em local já afetado por outras doenças. O agravamento pode causar infecções como pneumonia, sepsis (infecção generalizada na corrente sanguínea) e doença no trato urinário", afirma. O médico alega que o risco de óbito é maior com a enzima. Em 2014, cinco pacientes que estavam com KPC morreram no Hospital São José.
Faria reforça que hábitos de higiene simples evitam a transmissão da bactéria. "Ela é carregada pelas mãos. É uma bactéria que não fica no ar. Precisa ser levada de uma pessoa a outra. Por isso o hábito de higiene é a solução para a prevenção da retransmissão", esclarece.
A KPC foi identificada no final dos anos 1990 e teve o primeiro caso computado no Brasil em 2006. Em 2010, médicos identificaram a enzima em Santa Catarina. A análise para a detecção do gene que codifica a enzima é feita no Rio de Janeiro, no Laboratório Fiocruz.

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