segunda-feira, 1 de junho de 2015

Fazenda de soja do Norte de SC é ocupada por 250 pessoas do MST


Famílias pedem que área seja usada para reforma agrária.
Proprietário afirma que pedirá reintegração de posse nesta segunda (1º).

Do G1 SC
Famílias montaram barracos em Três Barras  (Foto: Angelo Marcelo Schulka/Divulgação)Famílias montaram barracos em Três Barras (Foto: Angelo Marcelo Schulka/Divulgação)
Cerca de 250 pessoas ocupam uma fazenda de plantio de soja em Três Barras, no Norte de Santa Catarina, desde a madrugada de domingo (31). As famílias ligadas ao Movimento Sem Terra (MST) pedem que a área seja destinada para a reforma agrária. O dono do local informou que vai pedir nesta segunda (1º) a reintegração de posse na Justiça.
"Faz anos que este terreno tem dívida com o governo e já foi solicitada a área para reforma agrária. Como não teve resolução, viemos para cá", explica João Maria de Oliveira, que faz parte da coordenação estadual do MST em Santa Catarina.
Segundo o inventariante da fazenda, Sérgio Shimoguiri, o terreno está penhorado pela União devido a uma dívida de crédito rural, que pode ser negociada até dezembro deste ano.
Ocupação
As famílias chegaram à fazenda na localidade de Campininha às 4h da madrugada. "São pessoas de outros acampamentos da região, Canoinhas, Monte Castelo. Só estava o caseiro, foi uma ocupação tranquila, até porque não queremos tumulto. Hoje tivemos uma prosa e eles continuam as atividades normais. Não pretendemos sair", afirma Oliveira.
Dono da área vai pedir reintegração de posse (Foto: Angelo Marcelo Schulka/Divulgação)Dono da área vai pedir reintegração de posse
(Foto: Angelo Marcelo Schulka/Divulgação) 
O proprietário concorda que funcionamento da fazenda não foi afetado pela ocupação. Há maquinas de colheita de soja no local e, no momento de entressafra, há apenas um funcionário fixo. Não há colheita.
Os barracos são divididos por até três famílias. Na tarde desta segunda-feira, oito pessoas do movimento foram procurar a Prefeitura de Três Barras para pedir estrutura de água e transporte para levar às crianças para a escola mais próxima, mas não haviam conversado com o prefeito até esta publicação.

Conforme João Maria, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi comunicado da ocupação na manhã desta segunda. A assessoria de imprensa do instituto informou que não sabia da ocupação e que vai intermediar alguma negociação caso a Justiça solicite.

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