Um veículo usado pode ficar até 25% mais barato do que um novo
por
Nelson Rocha
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Após um ano de uso, o preço de um veículo
cai 20 por cento. Com a crise econômica nacional que afeta também o
mercado de carros zero-quilômetro, que amargou queda de mais de 16% nas
vendas do primeiro trimestre, em tempo de recessão as concessionárias de
automóveis apostam na saída dos modelos usados para conquistar clientes
com orçamentos apertados. É o chamado seminovo, com até três anos de
fabricação, que mais atrai a atenção dos baianos, atualmente pesquisando
bastante antes de comprar um carro, seja este zero ou de segunda
mão.
“Na realidade mesmo o que está havendo é muita pesquisa. Pra fechar a compra há sempre muita resistência, devido à insegurança do mercado de trabalho, que mostra que está tendo muitas demissões, e as pessoas ficam com receio de assumir compromissos em longo prazo. A taxa de juros do mês passado para este aumentou de 0.99 para 1.09. Pra um plano de 48 meses não está ruim, não é algo significativo pra pessoa se retrair e não comprar, mas é um compromisso assumido de quatro anos. Portanto, a questão não é o aumento, mas a instabilidade econômica que aí está”, observa Elaine Duda, vendedora na Revisa de carros novos.
Para Sérgio Souza, gerente geral da mesma concessionária no setor de carros seminovos, o mercado para estes veículos está “em fase crescente, sim. Existe uma expectativa de melhoras ainda mais. A gente veio, durante o ano, de uma pegada de dificuldades, mas de um mês pra cá percebemos melhoras nas vendas e um carro bom sempre tem lugar no mercado e, geralmente, a maior parte das vendas é com financiamento, com consórcio, a maior parte das vendas é proveniente de crédito de bancos”, relatou.
Ainda conforme Souza, a taxa de juros para os seminovos não está “tão boa, devido às dificuldades como um todo, mas, ainda assim, nada que impeça uma boa comercialização”, garante. Já Andrey Almeida, gerente de seminnovos da Cresauto, não há dificuldades de vendas destes veículos no momento: “O mês de junho deve encerrar na faixa de 80 carros vendidos, a maioria com entrada e financiamento. O cadastro pode ser aprovado via internet, sem precisar o cliente vir à loja. Com relação às taxas de juros, nós temos várias e aí o cliente tem que vir à loja, onde tudo é negociado e tentamos reduzir, o máximo possível, os valores das parcelas”.
Carros novos
Para Diego Barreto, colega de Souza que se ocupa da venda de carros novos, o cenário “está bastante complicado com esta crise que o País está enfrentando. Não é mais como antes, quando tirávamos pedidos. Hoje em dia a gente está trabalhando mais o cliente, que está pesquisando mais em outras lojas, outras marcas. Estamos tentando reverter este cenário aproveitando para fechar a venda no momento que ele entra na loja, dando oportunidades, facilitando tudo. Do início do ano até agora houve uma queda entre 20 e 30 por cento na venda dos carros novos, que são negociados hoje com taxa a zero, para alguns modelos, e outros com taxa de 0.99”, explicou.
“Eu queria um carro zero, mas devido às taxas estou optando por um seminovo”, revelou a enfermeira Ana Maria Santana, no momento que tentava negociar, no pátio de uma concessionária, o seu carro de 2009, como entrada na compra de outro que poderia ser dos anos 2013 ou2014. “A taxa de tudo aumentou. Deu uma subida bem alta. Quero ver qual a proposta do vendedor, mas sei que qualquer que seja ela a taxa será alta”, comentou.
“Estou sem carro no momento, mas disposto a comprar um usado, mesmo por que com inflação e juros em alta não se pode nem pensar num novo. Por isso mesmo, já faz uma semana que estou pesquisando nas concessionárias um modelo ideal para o dinheiro que disponho no bolso”, revelou à Tribuna o professor Roberto Seixas, que pretende materializar o sonho de um carro em casa até o final do mês.
Um veículo usado pode ficar até 25% mais barato do que um novo, de acordo com a Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores. Além disso, ainda é possível encontrar seminovos com garantia de fábrica somada à garantia da concessionária. A Fenauto recomenda o comprador levar o veículo para um mecânico de confiança ou contratar uma empresa especializada em avaliações para poder ficar tranqüilo. Contudo, por lei, os vendedores são responsáveis por defeitos surgidos em até 90 dias.
O presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalves dos Santos, considera a compra de um seminovo mais negócio do que de um zero e sugere ao consumidor não comprar sem antes pesquisar. “Aí ele começa a ver que o seminovo é mais vantajoso”, declarou. Balanço da entidade aponta que a venda de veículos seminovos e usados no Brasil voltou a crescer em maio, ao avançar 3,5% em relação ao mês anterior. Na comparação com maio do ano passado, porém, a comercialização se manteve praticamente estável.
A maior alta nas vendas entre usados ocorreu entre os modelos com até três anos de uso, que cresceram 5,5% em maio ante abril e 40,1% na variação anual. Na análise por segmento, o maior aumento na comercialização em maio na comparação mensal foi verificado nos comerciais leves usados (5,8%), seguidos por automóveis (3,5%) e comerciais pesados (3,5%).
Já o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado da Bahia, Paulo Mascarenhas, diz estar o mercado de seminovos “bastante atraente, pelo fato dos novos estarem com dificuldades de vendas. Houve um acréscimo de 11.35% nas vendas, o que representa no total 18 mil seminovos vendidos já este ano no estado, segundo dados do Denatran, mas possa ser que o mês de junho fique estável, não tenha nenhuma elevação nas vendas devido aos feriados, férias”.
Na Bahia, em maio de 2014, a evolução das vendas de carros usados foi de 1.4%, enquanto que em abril deste ano subiu 11.8%, percentual que Paulo Mascarenhas considera “significativo” e atribuído “à mudança do comportamento do consumidor e ao fato do seminovo ser mais atraente em relação ao carro zero”. Entretanto, ele alerta o comprador sobre certos cuidados.
“Carro de sinistro, de leilão, pode acarretar em um prejuízo muito grande. Por isso é importante procurar lojas associadas, que ofereçam garantia para ter segurança no que está comprando”. Ele recomenda consultar o site da entidade que representa - www.assoveba.com.br – antes de bater o martelo e fechar a nova compra.
“Na realidade mesmo o que está havendo é muita pesquisa. Pra fechar a compra há sempre muita resistência, devido à insegurança do mercado de trabalho, que mostra que está tendo muitas demissões, e as pessoas ficam com receio de assumir compromissos em longo prazo. A taxa de juros do mês passado para este aumentou de 0.99 para 1.09. Pra um plano de 48 meses não está ruim, não é algo significativo pra pessoa se retrair e não comprar, mas é um compromisso assumido de quatro anos. Portanto, a questão não é o aumento, mas a instabilidade econômica que aí está”, observa Elaine Duda, vendedora na Revisa de carros novos.
Para Sérgio Souza, gerente geral da mesma concessionária no setor de carros seminovos, o mercado para estes veículos está “em fase crescente, sim. Existe uma expectativa de melhoras ainda mais. A gente veio, durante o ano, de uma pegada de dificuldades, mas de um mês pra cá percebemos melhoras nas vendas e um carro bom sempre tem lugar no mercado e, geralmente, a maior parte das vendas é com financiamento, com consórcio, a maior parte das vendas é proveniente de crédito de bancos”, relatou.
Ainda conforme Souza, a taxa de juros para os seminovos não está “tão boa, devido às dificuldades como um todo, mas, ainda assim, nada que impeça uma boa comercialização”, garante. Já Andrey Almeida, gerente de seminnovos da Cresauto, não há dificuldades de vendas destes veículos no momento: “O mês de junho deve encerrar na faixa de 80 carros vendidos, a maioria com entrada e financiamento. O cadastro pode ser aprovado via internet, sem precisar o cliente vir à loja. Com relação às taxas de juros, nós temos várias e aí o cliente tem que vir à loja, onde tudo é negociado e tentamos reduzir, o máximo possível, os valores das parcelas”.
Carros novos
Para Diego Barreto, colega de Souza que se ocupa da venda de carros novos, o cenário “está bastante complicado com esta crise que o País está enfrentando. Não é mais como antes, quando tirávamos pedidos. Hoje em dia a gente está trabalhando mais o cliente, que está pesquisando mais em outras lojas, outras marcas. Estamos tentando reverter este cenário aproveitando para fechar a venda no momento que ele entra na loja, dando oportunidades, facilitando tudo. Do início do ano até agora houve uma queda entre 20 e 30 por cento na venda dos carros novos, que são negociados hoje com taxa a zero, para alguns modelos, e outros com taxa de 0.99”, explicou.
“Eu queria um carro zero, mas devido às taxas estou optando por um seminovo”, revelou a enfermeira Ana Maria Santana, no momento que tentava negociar, no pátio de uma concessionária, o seu carro de 2009, como entrada na compra de outro que poderia ser dos anos 2013 ou2014. “A taxa de tudo aumentou. Deu uma subida bem alta. Quero ver qual a proposta do vendedor, mas sei que qualquer que seja ela a taxa será alta”, comentou.
“Estou sem carro no momento, mas disposto a comprar um usado, mesmo por que com inflação e juros em alta não se pode nem pensar num novo. Por isso mesmo, já faz uma semana que estou pesquisando nas concessionárias um modelo ideal para o dinheiro que disponho no bolso”, revelou à Tribuna o professor Roberto Seixas, que pretende materializar o sonho de um carro em casa até o final do mês.
Um veículo usado pode ficar até 25% mais barato do que um novo, de acordo com a Federação Nacional dos Revendedores de Veículos Automotores. Além disso, ainda é possível encontrar seminovos com garantia de fábrica somada à garantia da concessionária. A Fenauto recomenda o comprador levar o veículo para um mecânico de confiança ou contratar uma empresa especializada em avaliações para poder ficar tranqüilo. Contudo, por lei, os vendedores são responsáveis por defeitos surgidos em até 90 dias.
O presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalves dos Santos, considera a compra de um seminovo mais negócio do que de um zero e sugere ao consumidor não comprar sem antes pesquisar. “Aí ele começa a ver que o seminovo é mais vantajoso”, declarou. Balanço da entidade aponta que a venda de veículos seminovos e usados no Brasil voltou a crescer em maio, ao avançar 3,5% em relação ao mês anterior. Na comparação com maio do ano passado, porém, a comercialização se manteve praticamente estável.
A maior alta nas vendas entre usados ocorreu entre os modelos com até três anos de uso, que cresceram 5,5% em maio ante abril e 40,1% na variação anual. Na análise por segmento, o maior aumento na comercialização em maio na comparação mensal foi verificado nos comerciais leves usados (5,8%), seguidos por automóveis (3,5%) e comerciais pesados (3,5%).
Já o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado da Bahia, Paulo Mascarenhas, diz estar o mercado de seminovos “bastante atraente, pelo fato dos novos estarem com dificuldades de vendas. Houve um acréscimo de 11.35% nas vendas, o que representa no total 18 mil seminovos vendidos já este ano no estado, segundo dados do Denatran, mas possa ser que o mês de junho fique estável, não tenha nenhuma elevação nas vendas devido aos feriados, férias”.
Na Bahia, em maio de 2014, a evolução das vendas de carros usados foi de 1.4%, enquanto que em abril deste ano subiu 11.8%, percentual que Paulo Mascarenhas considera “significativo” e atribuído “à mudança do comportamento do consumidor e ao fato do seminovo ser mais atraente em relação ao carro zero”. Entretanto, ele alerta o comprador sobre certos cuidados.
“Carro de sinistro, de leilão, pode acarretar em um prejuízo muito grande. Por isso é importante procurar lojas associadas, que ofereçam garantia para ter segurança no que está comprando”. Ele recomenda consultar o site da entidade que representa - www.assoveba.com.br – antes de bater o martelo e fechar a nova compra.
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