sexta-feira, 29 de maio de 2015

Caminhoneiros causam tumulto na Suframa em protesto contra greve


Durante confusão, portão do órgão foi danificado e Polícia Federal acionada.
Caminhoneiros exigem que 30% dos serviços da unidade funcionem.

Caio Fulgêncio e Quésia Melo Do G1 AC
Caminhoneiros protestam em frente a Suframa e pedem atendimento  (Foto: Caio Fulgêncio/G1)Caminhoneiros protestam em frente a Suframa e pedem atendimento (Foto: Caio Fulgêncio/G1)
Os caminhoneiros que estão parados na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), por causa da greve deflagrada no dia 21 de maio, fizeram um protesto em frente ao prédio do órgão na manhã desta sexta-feira (29). Durante a confusão, o portão da unidade foi danificado e a Polícia Federal foi acionada. Segundo o caminhoneiro Nicanor Rosa, de 43 anos, não existe organização no atendimento e a confusão começou depois que os servidores deram prioridade a um idoso e veículos de câmara fria.
Rosa conta ainda que pegou uma senha há três dias, mas só deve ser atendido na próxima terça-feira (2). O caminhoneiro veio de Santa Catarina e espera na fila para liberar uma carga de papel higiênico e lenços. Ele explica, que os caminhoneiros gastam diariamente uma média de R$ 70 com banho, água e comida. Além disso, destaca que a bateria e o combustível dos veículos estão acabando, pois precisa deixar o caminhão ligado para não prejudicar a carga.
“Nesses dias parados já tive um prejuízo de quase R$ 8 mil e eles querem cobrar um prejuízo de um portão que trincou. Quem está nos ajudando é a comunidade cedendo banheiro, mas temos que pagar para eles. Pegamos senha, eles deveriam liberar cinco veículos hoje, mas, passaram na frente pessoas que chegaram com câmara fria e um idoso e, por isso estava aqui esperando perdeu a vez”, disse.
De acordo com o caminhoneiro Edio Luís, de 34 anos, que veio do Rio Grande do Sul e está há quatro dias com um carregamento de sabão em pó, os trabalhadores irão procurar o Ministério Público e formalizar uma denúncia contra a Suframa. Segundo eles, o objetivo é reivindicar o funcionamento de 30% dos serviços prestados pela unidade.
“Queremos que eles somem todas as notas das pessoas que estão aqui e atendam os 30% dessas notas. Eles tem que atender quem está aqui e não os 30% que atendiam no ano passado. O ano passado é outra história e queremos ser atendidos agora”, disse.                                                                         
Polícia Federal foi analisar danos no portão do prédio da Suframa, após protesto de caminhoneiros (Foto: Renato Santos/Arquivo Pessoal)Polícia Federal analisa danos no portão
do prédio da Suframa, após protesto
(Foto: Renato Santos/Arquivo Pessoal)
Greve segue por tempo indeterminado
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Funcionários da Suframa (Sindframa), Renato Santos, seis caminhoneiros foram atendidos nesta sexta-feira (29), sendo atingido a cota diária de 30%. Ele conta que após encerrarem o atendimento, os caminhoneiros se revoltaram tirando o portão dos trilhos e tentando entrar no prédio e a Polícia Militar e Federal foram acionadas para garantir a integridade dos servidores.
“A gente entende a situação difícil deles, sabemos que não tem banheiro, mas a questão é governamental. A Suframa já era para estar na entrada da cidade, com uma estrutura melhor, banheiro e até restaurante como tem em Vilhena (RO). No entanto, o governo procrastina tudo e não libera recursos. Então, um lado sempre vai acabar perdendo”, explica.
Ainda segundo Renato, a greve continuará por tempo indeterminado e que será dada prioridade para perecíveis e medicamentos. O movimento é para tentar derrubar o veto da Medida Provisória 660, referente ao Plano de Cargos e Carreiras (PCC) do servidores, realizado no último dia 8 de maio pela Presidência da República. No Acre, a Suframa conta com 27 funcionários. A greve ocorre em todo Brasil.
“A decisão do sindicato é manter a greve. Estamos atendendo até mais do que a legislação pede. Temos de sete a oito pessoas atendendo. Por dia podemos atender até 14 motoristas, essa semana foram liberadas 39 carretas somente em Rio Branco. Não há nada definido, o governo está fazendo o jogo do silêncio, querendo nos vencer no cansaço. Estamos nos articulando para a derrubada do veto, pois o prazo é até 11 de junho e a greve durar no mínimo até lá”, finalizou.

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